Brasília, urgente

CPI da Covid aprova quebra de sigilo telefônico de Pazuello, Ernesto e membros do grupo que aconselhava o presidente

A CPI da Covid aprovou nesta quarta-feira (9), a quebra do sigilo telefônico de pessoas ligadas ao presidente Jair Bolsonaro e integrantes de um “gabinete paralelo” que assessorou o chefe do Planalto incentivando o discurso antivacina e favorável ao tratamento precoce. Segundo o jornal O Estado de S.Paulo a lista inclui os ex-ministros Eduardo Pazuello (Saúde) e Ernesto Araújo (Itamaraty). A aprovação das medidas teve reação contrária de aliados de Bolsonaro e pode reforçar os elementos que a comissão reúne para responsabilizar o governo federal pelo descontrole da pandemia no País. No total, serão solicitadas informações telefônicas, como ligações realizadas e recebidas, e telemáticas, como dados de acesso e troca de mensagens, de 19 pessoas. Além dos ex-ministros, a CPI da Covid aprovou a quebra do sigilo do auditor do Tribunal de Contas da União (TCU) Alexandre Marques, autor de um estudo paralelo que questionou o número de mortes por covid-19 no País e foi usado por Bolsonaro, sendo desmentido pelo próprio TCU. Os integrantes da comissão deixaram de fora os requerimentos para quebrar o sigilo telefônico do vereador Carlos Bolsonaro, filho do presidente Jair Bolsonaro, e de outros aliados do governo, como a médica Nise Yamaguchi. O presidente do colegiado, Omar Aziz (PSD-AM), argumentou que adotaria a medida apenas para pessoas envolvidas em atos investigados objetivamente pela CPI. A comissão também decidiu abrir os sigilos bancário e fiscal de quatro empresas, incluindo prestadoras de serviços de comunicação do governo federal: PPR, Calya/Y2 e Artplan Associação Dignidade Médica de Pernambuco. As transferências de sigilo telefônico atingem ainda o assessor especial da Presidência para Assuntos Internacionais, Filipe Martins, a secretária de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro. Os dados que a CPI vai ter acesso envolvem informações do início da pandemia, em 2020, até o momento. Governistas tentaram evitar a votação dos requerimentos apresentando argumentos regimentais e legais, mas foram derrotados. “Quem está perdendo aqui é o Brasil”, disse o senador Marcos Rogério (DEM-RR), vice-líder do governo no Senado. A reação veio em seguida, quando integrantes da oposição apresentaram o número de mortos pelo novo coronavírus no País. “480 mil vida, rapaz”, afirmou o presidente do colegiado, Omar Aziz (PSD-AM).


Anvisa autoriza testes clínicos da vacina Butanvac contra Covid 

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) concedeu nesta quarta-feira (9) a autorização para a realização de testes clínicos (em humanos) da vacina contra Covid Butanvac, em desenvolvimento pelo Instituto Butantan. Mas, antes de iniciar a vacinação dos voluntários, o Butantan ainda terá que apresentar algumas informações complementares sobre os testes em andamento, que fazem parte da chamada etapa pré-clínica (em animais). “Logo em seguida, o Butantan deve iniciar a aplicação experimental da Butanvac”, informou a agência. A autorização para os testes em humanos foi dada 75 dias depois de a agência ter sido notificada da existência do imunizante e 48 dias após o pedido ter sido formalizado. O anúncio de que o Butantan teria uma vacina própria contra a Covid foi antecipada pela Folha de S.Paulo. O aval se refere às fases 1 e 2 dos testes clínicos da vacina, quando o imunizante começa a ser aplicado em humanos. De acordo com a Anvisa, a pesquisa deve ser dividida em três etapas (A, B e C), que devem envolver ao todo 6.000 voluntários com 18 anos ou mais. Neste momento, segundo a agência, está autorizada a etapa A do estudo, que vai envolver 400 voluntários. A vacina será aplicada em duas doses, com um intervalo de 28 dias entre elas. O estudo deve ser realizado no Hospital das Clínicas (FMUSP) e no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto. O plano do Butantan é terminar em um mês as etapas iniciais, que verificam a segurança e a capacidade de gerar resposta imune da vacina, para avançar à fase 3, que avalia eficácia, nos dois meses seguintes. Com isso, se tudo der certo e na visão expressa pelo diretor do instituto, Dimas Covas, em depoimento na CPI da Covid, o imunizante poderá estar disponível no último trimestre deste ano. A previsão parece otimista, dado que o governo João Doria (PSDB-SP) considerava possível iniciar os testes em abril e ter a vacina em uso já neste mês. Embora o Butantan tenha anunciado ainda em março que buscaria iniciar os testes da vacina, porém, o protocolo clínico do estudo foi entregue apenas em 23 de abril, quando o pedido passou a valer de fato. Em seguida, a Anvisa exigiu mais documentos para dar o aval, o que gerou queixas de membros da administração paulista. A agência, porém, alegou que os dados estavam incompletos e não atendiam aos requisitos para essa autorização. 


Na briga por preço do plano de saúde, operadoras dizem que custo subiu, apesar da alta na demanda

A audiência pública marcada para esta quinta-feira (10) com as operadoras de planos de saúde na Comissão de Defesa do Consumidor na Câmara promete disputa acirrada, informou a coluna Painel S.A. da Folha de S.Paulo. De um lado, as entidades de defesa do consumidor vão pedir que o mercado postergue o reajuste por alguns meses, como aconteceu no ano passado por causa da pandemia. Eles defendem que as companhias se beneficiaram de um aumento na demanda. Segundo a ANS, o número de usuários de planos de assistência médica vem crescendo desde junho de 2020 e superou 48 milhões em abril. Do outro lado, a FenaSaúde (que representa as empresas), vai argumentar que os custos subiram e que o preço dos medicamentos usados na intubação de pacientes explodiu. A entidade vai levar uma pesquisa que aponta alta de 760% no consumo médio mensal do sedativo midazolam, com alta de 5.300% nos gastos desde 2019 até o primeiro trimestre deste ano. Outros bloqueadores e anestésicos do kit intubação, como cisatracúrio e propofol, tiveram o custo mensal elevado em mais de 900%, segundo a FenaSaúde.


Amazon já tem acordos para oferecer telemedicina a terceiros 

A Amazon já acertou contrato com várias empresas para o uso do seu sistema de telemedicina, o Amazon Care, e vai precisar contratar milhares de funcionários para aumentar a escala do serviço, disse Babak Parviz, diretor do projeto. Em um evento do jornal “The Wall Street Journal”, Parviz diz que o serviço tem alto grau de aceitação pelos funcionários da sede da Amazon, em Seattle, que o utilizam desde 2019, destacou o Valor Econômico nesta quinta-feira (10). Ele explicou que o serviço começa com um atendimento automatizado que guia o usuário até uma consulta virtual com um médico. Se for necessário, o Care envia um médico credenciado para fazer uma visita ao paciente em até 60 minutos do fim da consulta virtual, para fazer exames simples e receitar remédios. “É algo bastante diferente de tudo o que já tivemos”, disse Parviz. O componente virtual do serviço será expandido para todos os Estados americanos nos próximos meses e projetos piloto da operação completa vão ser feitos em Washington e Baltimore. O Care é oferecido como benefício aos funcionários da Amazon e Parviz diz que o desejo é expandir o serviço para todo os Estados Unidos. Alcançar essa escala, pondera, vai exigir a contratação de milhares de funcionários. Especialistas do setor dizem que ainda é incerto se a iniciativa da Amazon vai dar certo. Um dos caminhos é uma integração para clientes que já usam serviços da Amazon Web Services (AWS) e pode ganhar tração se os custos permitirem às empresas cortar gastos com planos de saúde. Um dos pontos de atenção é que a Amazon já conhece as dificuldades do mercado americano de saúde, altamente regulado e com complexidades regionais. A Haven, startup de saúde que a empresa fundou com o banco J.P.Morgan e com o Berkshire Hathaway, fundo de investimentos do bilionário Warren Buffett, fechou no início do ano após não ter conseguido superar essas barreiras.


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