Brasília, urgente

Diante do risco de desabastecimento, Saúde faz nova compra de insulina

NK Consultores – A economia do Ministério da Saúde para a compra de insulinas de ação rápida com uma fabricante chinesa acabou tendo um efeito duplo indesejado, apurou o jornal O Globo. Segundo a publicação, os medicamentos atrasaram, e, diante do baixo estoque em 15 estados, uma nova encomenda precisou ser feita pela pasta, desta vez com o fornecedor dinamarquês de costume, que possui fábrica no país. Com isso, há relatos de falta de medicamento em alguns municípios do Rio de Janeiro, Goiás, Espírito Santo e Acre. A primeira compra, feita em caráter emergencial, custou R$ 18,8 milhões para 1,3 milhão de insulinas que só chegarão em julho. A segunda, de R$ 7,8 milhões, para 473 mil canetas do medicamento que devem ser recebidas hoje.

O contrato firmado no último dia 20, com a farmacêutica Novo Nordisk, usual fornecedor do medicamento, ocorreu pouco mais de um mês após a pasta fechar a compra emergencial com a empresa chinesa GlobalX. “Desde a incorporação da insulina análoga de ação rápida ao SUS, o Ministério da Saúde realiza sua aquisição de forma centralizada. No entanto, a pasta vem enfrentando, nos últimos anos, dificuldade na compra do medicamento — reflexo também da escassez mundial do produto”, justificou a pasta em nota. O governo do Rio Grande do Sul informou que “a quantidade remanejada pelo MS já foi utilizada e não foi suficiente para atendimento de toda a rede desde o problema de aquisição. Entretanto, o RS utilizou saldo de ata de registro de preços e realizou compra para complementar o estoque até a próxima entrega do MS”. Em situação similar, os estados do Rio de Janeiro e do Espírito Santo abriram, nos últimos dias, um processo para compra de estoque próprio de insulina rápida para suprir a demanda. O problema do desabastecimento persiste, também, em municípios de Goiás e Acre. O remanejamento entre os estados, alternativa proposta pela pasta em maio, já não é suficiente para suprir as necessidades dos municípios. Segundo o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), entre maio e junho, 15 estados sem insulinas de ação rápida precisaram recorrer à ajuda de 11 estados com estoque sobrando.

Em abril, o Tribunal de Contas da União (TCU) alertou que o Sistema Único de Saúde (SUS) poderia ficar sem insulina de ação rápida para o tratamento de diabetes a partir de maio. A pasta chegou a abrir dois pregões para compras antes do alerta, um em agosto de 2022 e outro em 26 de janeiro deste ano, mas não recebeu propostas. Um contrato emergencial fechado em 20 de abril com o laboratório chinês Globalx Technology Limited, garantiu novos 1,3 milhão de tubetes com recebimento a partir de julho. A quantidade deve ser necessária para atender mais de 67 mil pessoas no SUS por 180 dias. O chamamento foi feito em modelo que permitia compra sem registo na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Para acessar a matéria completa, clique aqui.


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