Brasília, urgente

Edição do Diálogo com Saúde debate sobre o Câncer Colorretal

NK Consultores – A Comissão de Saúde da Câmara dos Deputados recebeu, nesta quarta-feira (23), o presidente da Sociedade Brasileira de Auditória Médica, Dr. Marcos Santos, em edição do Diálogo com Saúde, para falar sobre o câncer colorretal. O evento foi solicitado e presidido pela deputada Silvia Cristina (PL-RO).

Sociedade Brasileira de Auditoria Médica

Presidente da Sociedade Brasileira de Auditória Médica, Dr. Marcos Santos disse que o câncer colorretal representa o terceiro tumor mais frequente, depois do câncer de pulmão, e o que traz maior mortalidade. Por isso, ele chamou atenção para a importância do diagnóstico precoce como um fator chave para aumentar a curabilidade e reduzir os custos associados ao tratamento. Ressaltou que quando detectado em estágio inicial, a taxa de cura é consideravelmente alta.

Destacou que a chance de cura quando o tumor é detectado em estágio inicial é de 90% dos pacientes. Já quando há invasão linfática a cura apresenta uma queda entre 50 a 60%. Ele reforçou que realizar testes quantitativos em uma população, com foco na faixa etária de 50 a 75 anos – onde há o maior risco de desenvolvimento de câncer colorretal – resultaria em economia de recursos para o Sistema Único de Saúde a médio prazo. Também explicou que atualmente são empregadas três estratégias descritas na literatura para a detecção do câncer colorretal. Duas delas envolvem a busca por pequenas moléculas de hemoglobina nas fezes, antes que seja perceptível a olho nu (abordagem qualitativa), e a colonoscopia, um procedimento de custo elevado e indisponível no Sistema Único de Saúde (SUS).

A deputava Silvia Cristina (PL-RO) apresentou o Látex Quantitativo, utilizado para a realização do diagnóstico precoce da doença. De acordo com ela, a tecnologia custa em média de R$ 50,00, e não está disponível no SUS, defendendo a sua incorporação. 

Atenção Primária

O deputado Dr. Rafael Simoes (União-MG) questionou o presidente da SBAM sobre seu conhecimento acerca dos procedimentos oferecidos na Atenção Primária, que recomendam o exame de sangue quantitativo para pessoas com mais de 50 anos. O deputado enfatizou a importância de apresentar um projeto de lei que garanta a disponibilidade desses procedimentos no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).

Em resposta, o Dr. Marcos Santos esclareceu que não tem conhecimento de nenhuma política ativa de rastreamento do câncer colorretal baseada na estratégia principal descrita na literatura, como é feito nos países desenvolvidos.

Lado a Lado pela Vida

Marlene Oliveira, presidente do Instituto Lado a Lado pela Vida, mencionou que muitas vezes a população brasileira tem certa relutância em discutir o rastreamento do câncer colorretal. Ela solicitou ao Dr. Marcos que abordasse a importância de explorar alternativas para garantir a sustentabilidade do Sistema Único de Saúde (SUS). Em resposta, ele afirmou que não existe um caminho sustentável além da aplicação de tecnologia para as pessoas que dela necessitam. Ele enfatizou a importância de fornecer informações à população que busca esses recursos tecnológicos.

Gestão de Saúde

Ludmila, gestora de saúde, solicitou ao Dr. Marcos que comentasse sobre a diferença nos profissionais de saúde demandados ao realizar um diagnóstico precoce em comparação com um diagnóstico tardio.

Em resposta, o Dr. Marcos explicou que no caso de um diagnóstico quando o tumor está no estágio I ou em uma fase pré-maligna, o profissional envolvido seria o coloproctologista, que pode realizar um procedimento simples de remoção do tumor via endoscopia. No entanto, à medida que o tumor avança, a necessidade de recursos mais complexos surge, como a cirurgia de remoção do cólon. Isso requer a atuação de um cirurgião altamente especializado. Além disso, quando a situação se torna mais avançada, o tratamento sistêmico se torna necessário, incluindo quimioterapia e imunoterapia. Isso, por sua vez, envolve uma equipe de oncologistas clínicos especializados.

Parlamentares

O deputado Osmar Terra (MDB-RS) apontou que frequentemente observa casos de judicialização de tratamentos para medicamentos muito caros e experimentais, que carecem de comprovação de eficácia nos pacientes, incluindo indivíduos com câncer colorretal. Ele sugeriu a ideia de encaminhar ao Ministério da Saúde uma proposta para disponibilizar o exame Fit Látex Quantitativo à população.

A deputada Flávia Morais (DT-GO) mencionou o Projeto de Lei 1749/2022, de sua autoria, que propõe alterações na Lei 10.289, para garantir a atenção integral ao homem na prevenção e controle do câncer colorretal. Ela fez um apelo aos colegas parlamentares para que apoiassem a agilidade da tramitação desse projeto, já que ele acrescenta ao SUS a obrigação de realizar exames de prevenção ao câncer colorretal.

O deputado Dr. Zacharias Calil (União-GO) enfatizou a agressividade do câncer colorretal, especialmente em pessoas com obesidade. Ele fez um apelo para que sejam implementadas melhorias nas condições de vida das pessoas afetadas por essa doença.

Por fim, a deputada Silvia Cristina (PL-RO) convidou os presentes para participarem de um seminário sobre câncer, marcado para os próximos dias: terça-feira (29), quarta-feira (30) e quinta-feira (31). O evento ocorrerá no auditório Nereu Ramos e contará com a presença de representantes de UNACONs e CACONs de todo o Brasil. O seminário abordará temas relacionados ao câncer, judicialização, tecnologias, avanços e retrocessos na área.


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