Foi realizada nesta quinta-feira (27), na sede da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS/OMS), em Brasília, a 4ª Reunião Ordinária da Comissão Intergestores Tripartite (CIT), informou o site do Conass. Conduzida pelo secretário executivo do Ministério da Saúde (MS), Swedenberger Barbosa, a mesa de abertura contou com a presença da ministra da Saúde, Nísia Trindade Lima, da representante da Opas/OMS no Brasil, Socorro Gross e de secretários do Ministério da Saúde. Em sua fala, Nísia Trindade parabenizou Fábio Baccheretti Vitor, presidente do Conass e a diretoria eleita para a gestão 2023/2024 do Conselho e agradeceu ao agora ex-presidente do Conass, Cipriano Maia, pela dedicação e grande contribuição ao SUS. Swedenberger Barbosa apelou ao Conass e ao Conasems para que as comissões sejam retomadas. Outro tema abordado pelo secretário executivo do MS foi a necessidade de revisão – do ponto de vista de método, pautas e procedimentos -, dos processos de pactuação na CIT. O início da reunião foi dedicado a informações sobre a retomada da discussão da Rede de Atenção Psicossocial, apresentado por Sônia Barros, diretora do Departamento de Saúde Mental da Secretaria de Atenção Especializada à Saúde e à emergência em saúde pública em território Yanomami, apresentado por Bruno Cantarella, diretor do Departamento de Determinantes Ambientais de Saúde Indígena. No item de apresentações e discussões, dois temas chamaram a atenção dos participantes: a situação atual da Política Nacional de Sangue e da Hemobrás, por conta da PEC 10/2022 e a prevenção das Fake news sobre a vacinação bivalente de Covid-19. Nísia Trindade ressaltou que há uma série de iniciativas no legislativo que merecem uma atenção especial da CIT. A situação atual da Política Nacional de Sangue e da Hemobrás foi apresentada pela Secretaria de Atenção Especializada à Saúde. Sobre a Política Nacional de Sangue e a PEC 10/2022, Fábio Baccheretti, presidente do Conass, defendeu que a Hemobrás é estratégica e deve ser protegida. Ethel Leonor Maciel, secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente, do Ministério da Saúde, falou sobre a prevenção das fake news sobre a vacinação bivalente de Covid-19, no contexto da chamada PL das Fake News. O secretário executivo do Conass chamou a atenção para o trabalho de conscientização da sociedade que deve ser feito por diferentes atores governamentais e não governamentais. Como proposta de pactuação foi apresentado o edital do Programa de Fortalecimento das Residências em Saúde pela diretora do Departamento de Gestão da Educação na Saúde, Célia Regina Rodrigues Gil. A iniciativa foi devidamente pactuada pelo Ministério da Saúde, Conass e Conasems.
ONCOLOGIA
Frente Parlamentar de Combate ao Câncer Infantil é lançada na Câmara
Foi lançada nesta quinta-feira (26) a Frente Parlamentar de Combate ao Câncer Infantil, em cerimônia realizada na Câmara dos Deputados. Segundo informou a Agência Câmara, a frente tem como presidente o deputado Bibo Nunes (PL-RS). O lançamento contou com a presença de diversos parlamentares, profissionais de saúde, representantes de organizações e familiares de crianças que enfrentaram ou enfrentam o câncer. Bibo Nunes, em seu discurso, ressaltou a urgência de uma abordagem abrangente e integrada para o enfrentamento do câncer infantil, envolvendo o governo, a sociedade civil, a comunidade médica e as famílias das crianças afetadas. Ele destacou a importância de ampliar o acesso ao diagnóstico precoce, a um tratamento adequado, aos cuidados paliativos (caso necessário) e ao suporte psicossocial para as crianças e suas famílias. O parlamentar mencionou ainda a necessidade de promover ações de prevenção. O câncer infantil é a principal causa de morte por doença em crianças e adolescentes de 1 a 19 anos. A frente parlamentar também terá como objetivo a elaboração de projetos de lei e ações voltadas para a sensibilização da sociedade e a mobilização de recursos para o enfrentamento do câncer infantil. A frente buscará o apoio de outros parlamentares e a colaboração de especialistas na área de saúde, dos pacientes e suas famílias e de organizações da sociedade civil que atuam na defesa dos direitos das crianças com câncer.
ATRASO
Autorizados em 2021, remédios para câncer de mama avançado ainda não têm previsão para chegar ao SUS
O Ministério da Saúde ainda não sabe dizer quando irá ofertar no Sistema Único de Saúde (SUS) novos medicamentos para o tratamento do câncer de mama avançado, aprovados para uso no país em 2021. A incorporação está atrasada há dez meses, informou o jornal O Globo. Os inibidores de ciclina receberam aval da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e foram autorizados pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec) em dezembro de 2021. Após a autorização, o governo recebeu seis meses para concluir o processo e fornecer gratuitamente os produtos no SUS. O prazo venceu em junho de 2022 e aguarda retomada. Ao GLOBO, o Ministério da Saúde afirma ter iniciado um novo procedimento de incorporação dos remédios que envolve a criação de novas etapas antes de chegar ao SUS. A pasta não soube dizer quanto tempo o processo irá durar e quando os fármacos estarão disponíveis. “O Ministério da Saúde informa que a atual gestão da pasta já deu início ao processo de incorporação dos medicamentos abemaciclibe, palbociclibe e succinato de ribociclibe para tratamento de câncer de mama no Sistema Único de Saúde (SUS). Esse processo envolve a criação de novos procedimentos e atualização da Diretriz Diagnóstica e Terapêutica do câncer de mama para garantir a qualidade da assistência em todo o país”, informou a Saúde em nota. Dos 13 tratamentos de câncer recomendados pela Conitec desde sua criação, em 2011, apenas dois estão disponíveis totalmente no SUS. Os inibidores de ciclina [abemaciclibe, palbociclibe e succinato de ribociclibe] estão nas clínicas particulares desde a aprovação da Conitec. Um estudo de 2019 feito nos Estados Unidos mostrou que eles são capazes de melhorar drasticamente as taxas de sobrevivência de mulheres jovens com o tipo mais comum de câncer de mama. Segundo a pesquisa, 70% das mulheres que tomaram a medicação junto ao tratamento tradicional ainda estavam vivas três anos e meio depois. Em comparação, somente 46% daquelas que fizeram apenas o tratamento padrão sobreviveram. . Para acessar a matéria completa, clique aqui.
DIFICULDADES
Por que fazer exercícios é desgastante para pessoas com artrite reumatoide
O exercício físico pode parecer mais difícil e desgastante do que o normal se você tiver artrite reumatoide, e não apenas por causa das articulações rígidas e doloridas causadas por esse distúrbio autoimune, destacou reportagem da Folha de S. Paulo. Segundo a publicação em um experimento envolvendo mulheres idosas e exercícios, os pesquisadores descobriram que mesmo uma sessão suave de elevação das pernas desencadeia uma reação exagerada do sistema nervoso naqueles com artrite reumatoide. Exercícios leves também afetaram negativamente o funcionamento interno de seus músculos e vasos sanguíneos. Os resultados se baseiam em pesquisas anteriores sobre a artrite reumatoide e o sistema nervoso e levantam questões urgentes sobre as melhores e mais seguras maneiras com que as pessoas com esse distúrbio ou doenças autoimunes semelhantes podem se tornar e permanecer ativas. Qualquer pessoa que tenha artrite reumatoide ou conviva com alguém que tenha a doença sabe o estrago que ela causa no corpo. As células imunológicas atacam erroneamente o tecido saudável, especialmente nas articulações, causando inchaço, dor e deterioração, além de inflamação e fadiga em todo o corpo. A doença também costuma resultar em doenças cardiovasculares, o que inicialmente intrigou os médicos, uma vez que as células imunológicas equivocadas não atingem diretamente o coração ou as artérias. Nos últimos anos, porém, pesquisadores descobriram que as pessoas com artrite reumatoide tendem a ter sistemas nervosos simpáticos incomumente reativos. Esse sistema é a parte de nosso organismo interno que ativa a reação de lutar ou fugir, alertando bioquimicamente nosso cérebro, coração, músculos e outros sistemas corporais para nos prepararmos para o perigo iminente. O sistema nervoso parassimpático oposto, nos tranquiliza, enviando sinais que acalmam os distúrbios simpáticos. Em pacientes com artrite reumatoide, entretanto, pesquisadores descobriram que o sistema simpático parece estar paralisado, mantendo as operações internas das pessoas constantemente no limite. O resultado é um alto risco de hipertensão e frequência cardíaca elevada, mesmo quando as pessoas estão descansando tranquilamente, o que contribui com o tempo para doenças cardiovasculares. Poucos desses estudos anteriores, no entanto, analisaram o exercício, que também aumenta a pressão sanguínea e a frequência cardíaca e altera as reações do sistema nervoso. Alguns –e evidências anedóticas consideráveis– indicaram que as pessoas com artrite reumatoide sentem mais fadiga durante e após a atividade do que outros praticantes de exercícios. A frequência cardíaca e a pressão arterial também permanecem elevadas por mais tempo após os treinos.