Brasília, urgente

Em reunião da Cosaúde, membros analisam as contribuições à consulta pública sobre a inclusão de exame para rastreamento do câncer de mama em mulheres assintomáticas no rol

NK Consultores – A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) realizou, nesta quarta-feira (22), a 22ª reunião técnica da Comissão de Atualização do Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde Suplementar (Cosaúde).

Tomossíntese mamária associada à mamografia sintetizada (Análise das contribuições da CP 118)

A tecnologia discutida foi a Tomossíntese digital mamária 3D combinada à mamografia 2D sintetizada (TDM+s2D), proposta pelo Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem (CBR), indicada para o rastreamento do câncer de mama em mulheres assintomáticas de 40 a 69 anos com mamas parcialmente gordurosas (padrão B de densidade mamária) e mamas densas heterogêneas (padrão C de densidade mamária).

A tecnologia teve uma recomendação preliminar desfavorável para incorporação ao rol. Das contribuições recebidas na consulta pública, 35 concordaram com a recomendação preliminar; 2970 discordaram da recomendação; e 9 concordam ou discordam parcialmente. De acordo com as contribuições dos concordantes, o exame é caro e tem baixa indicação, uma vez que a ultrassonografia supre muito bem o papel da Tomossíntese, sem irradiação e com outros benefícios. Também questionaram a necessidade de um diagnóstico rápido se não houver tratamento rápido.

Quanto aos concordantes ou discordantes parcialmente, alegaram que a Tomossíntese mamária somente em mamas padrão C e D heterogeneamente densas e extremamente densas seria uma opção, e que a mamografia tradicional ainda é um exame importante para o rastreamento do câncer de mama, especialmente para mulheres com mamas parcialmente gordurosas. Já os discordantes afirmaram que o valor gasto com exames preventivos eficientes é infinitamente menor se comparado ao valor gasto com um tratamento longo que poderia ter sido evitado. Também argumentaram que o exame em questão tem melhor acurácia; detecta cânceres invasivos melhor que a mamografia 2D; reduz o número de reconvocações e exames mamógrafos complementares, contribuindo assim para menor ansiedade entre as pacientes; e, por fim, definiram o exame como de alto custo e com grande benefício no diagnóstico precoce do câncer de mama.

Foram favoráveis à incorporação: CBR, AMB, Fundação Procon SP, CFO, COFEN, Federação Brasileira de Hemofilia, Confederação Nacional da Indústria e Conselho Nacional de Saúde. Foram contrários à incorporação: Fenasaúde, Abramge, Unidas, CMB e Unimed Brasil.

Por fim, foi informado que as próximas reuniões serão nos dias 28 e 29 de novembro. Na ocasião, serão analisadas as contribuições feitas na Consulta Pública 118 para as seguintes tecnologias: Diálise Peritoneal Ambulatorial Automática, para doença renal crônica; Radioembolização hepática, para câncer colorretal metastático; Pomalidomida, para câncer de medula óssea; Ustequinumabe, para retocolite ulcerativa; e Abemaciclibe, para câncer de mama.


Envie sua opinião