Brasília, urgente

Em reunião da Cosaúde, membros analisam as contribuições a consultas públicas sobre inclusão de medicamentos no rol

NK Consultores – A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) realizou, nesta terça-feira (24), a 12ª reunião técnica da Comissão de Atualização do Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde Suplementar (Cosaúde).

Dupilumabe (Análise das contribuições da CP 106)

O primeiro item analisado foi o Dupilumabe, proposto pela Sanofi, indicado para o tratamento de pacientes adultos com dermatite atópica grave com indicação de tratamento sistêmico e que apresentem falha, intolerância ou contraindicação à ciclosporina. 

A tecnologia teve recomendação preliminar pela incorporação ao rol. Das contribuições recebidas na consulta pública, 9.541 concordaram com a recomendação preliminar; 17 discordaram da recomendação; e 6 concordam ou discordam parcialmente. De acordo com as contribuições dos concordantes, a tecnologia apresenta melhora da qualidade de vida; amplia as opções terapêuticas disponíveis; possui evidência cientifica de eficácia resolução de lesões clínicas cutâneas; e baixa taxa de eventos adversos. Quando aos concordantes ou discordantes parcialmente, eles alegaram que a proposta não inclui população de criança e adolescentes; e o medicamento poderia ser a primeira escolha, independente do uso de algum imunossupressor. Quanto aos discordantes, foi alegado que os ensaios clínicos possuem viés de seleção, já que abrange somente o público adulto; possui evidência classificada como baixa a muito baixa; e o impacto orçamentário estimado é elevado.

Foram favoráveis: COFEN, Federação Brasileira de Hospital, Conselho Nacional de Saúde, Fundação Procon SP, AMB, MBHV, CFO e Federação Brasileira de Hemofilia.

Foram contrários: Unimed do Brasil, FenaSaúde e CMB.

Zanubrutinibe(Análise das contribuições da CP 106)

O segundo item analisado foi o Zanubrutinibe, proposto pelo Zodiac Produtos Farmacêuticos, indicado para Tratamento de pacientes adultos com linfoma de células do manto (LCM) que receberam pelo menos uma terapia anterior (LCM recidivado/refratário).

A tecnologia teve recomendação preliminar desfavorável. Das contribuições recebidas pela consulta pública, 204 discordam da recomendação preliminar; 55 concordam com a recomendação preliminar; e 1 concorda ou discorda da recomendação preliminar.  Conforme a contribuição dos discordantes, a tecnologia possui ausência de estudos comparativos entre as opções terapêuticas disponíveis da saúde suplementar (ibrutinibe e acalabrutinibe); as evidências provenientes de estudos fase II, não possuem grupo comparador e tem alto risco de vida. Em relação aos concordantes, foi alegado que o medicamento foi aprovado por associações médicas e agências internacionais; possui evidências cientificas de eficácia e baixa toxicidade dentro da classe terapêutica; e garante a ampliação das opções terapêuticas para tratamento de linfoma de células do manto (LCM) recidivada ou refratária.

Foram favoráveis: CNS, AMB, Federação Brasileira de Hospitais – FBH, COFEN, Fundação Procon SP, Federação Brasileira de Hemofilia e CFO.

Foram contrários: Unimed do Brasil, ABRAMGE, CMB e FenaSaúde.

Teste rápido para detecção de antígeno do vírus SARS-COV-2 (Análise das contribuições da CP 104) e Teste para detecção do vírus monkeypox (MPXV) por biologia molecular (Análise das contribuições da CP 104) 

O terceiro e quarto item foram apreciados de forma conjunta. Trata-se do teste rápido para detecção de antígeno do vírus SARS-COV-2, indicado para diagnóstico da COVID-19; e do teste para detecção do vírus monkeypox (MPXV) por biologia molecular, indicado para detecção do vírus monkeypox. Na análise, foi proposta a incorporação extraordinária.

Foram favoráveis: CNS, COFEN, Fundação Procon SP, Federação Brasileira de Hospitais – FBH, MBHV e a Federação Brasileira de Hemofilia. Já Abramge, FenaSaúde, Unimed do Brasil e CMB não têm sugestão para a alteração de DUT.

Por fim, foi informado que a próxima reunião será no dia 14 de fevereiro. Na ocasião, devem ser analisados os seguintes medicamentos: Carboximaltose, para Insuficiência cardíaca; Olaparibe, para câncer de ovário; e Daralutamida, para câncer de próstata. Foi salientado, ainda, que podem ser acrescentados outros itens na pauta.


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