Brasília, urgente

 Envelhecimento e pobreza são principais fatores de risco para cegueira

Envelhecimento e pobreza são principais fatores de risco para cegueira

Pessoas de faixas etárias mais elevadas e com menor poder aquisitivo estão mais suscetíveis a cegueira ou baixa visão, de acordo com relatório divulgado nesta quinta-feira (15) pelo Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), destacou matéria da Agência Brasil. O documento, intitulado As Condições da Saúde Ocular no Brasil 2023, faz uma radiografia do segmento no país, tomando como base estimativas mundiais da prevalência de doenças oftalmológicas, somadas a dados demográficos e socioeconômicos do Brasil. De acordo com o estudo, as principais causas de cegueira ou baixa visão incluem catarata, erros refrativos não corrigidos, glaucoma e degeneração macular relacionada à idade. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que 2,2 bilhões de pessoas têm algum tipo de deficiência visual – dessas, pelo menos 1 bilhão têm deficiência visual moderada ou grave, ou cegueira que, segundo o conselho, poderia ter sido evitada, ou ainda não foi tratada. “Entre os fatores de risco para esses quadros, destaca-se o envelhecimento da população, além de mudanças no estilo de vida e a urbanização. Também influencia esse cenário a falta de acesso a um atendimento oftalmológico de qualidade”, ressaltou o conselho, em nota. O CBO destaca que, assim como a idade, a pobreza também conduz à perpetuação de problemas de saúde, incluindo a saúde ocular. De acordo com o relatório, os efeitos econômicos da deficiência visual podem ser divididos em dois tipos: custos diretos gerados pelo tratamento das doenças oculares, incluindo serviços médicos, produtos farmacêuticos, pesquisa e administração; e custos indiretos relacionados à perda de ganhos e os gastos com recursos visuais, equipamentos, reformas em moradias, reabilitação, perda de receita fiscal, além da percepção de dor, sofrimento e morte prematura resultantes do problema visual. Dentre as estratégias apontadas pelo documento para reverter esse cenário está o conhecimento real sobre a incidência e prevalência de dados sobre a saúde ocular, algo classificado como “fundamental” para definição e planejamento de políticas públicas específicas. Outro ponto considerado importante é conhecer o número de médicos oftalmologistas disponíveis para coordenar ações de prevenção, diagnóstico e tratamento de problemas oculares. Para acessar a matéria completa, clique aqui.

MUDANÇA

Brasil deve acabar com vacina contra pólio em gotinha para usar versão injetável

O Ministério da Saúde deve mudar a aplicação da vacina contra a poliomielite e acabar de vez com as famosas gotinhas, que passariam a ser substituídas pela vacina injetável, informou a Folha de S. Paulo. A vacina oral foi introduzida no Brasil na década de 1960. A mudança, entretanto, não vai retirar das campanhas a imagem do Zé Gotinha, que foi criado em 1986 para ajudar nos esforços contra a doença. Desde 2016 o esquema vacinal das crianças com menos de cinco anos consiste em um esquema primário, com vacina de vírus inativado de três doses —aos dois, quatro e seis meses. Já o reforço é feito aos 15 meses e aos quatro anos de idade, com a vacina oral de vírus atenuado, a famosa vacina ’da gotinha’. Segundo pessoas envolvidas com o tema, o Ministério da Saúde quer fazer a mudança para evitar uma possível volta da poliomielite por meio do vírus ’mutante’, que em casos raros pode ser gerado pela vacina oral. Isabella Ballalai, médica pediatra e diretora da SBIm (Sociedade Brasileira de Imunizações), disse que essa mudança já é preconizada pela OMS (Organização Mundial da Saúde) para ocorrer até 2030. A vacina oral da poliomielite é composta pelos vírus da pólio vivo e enfraquecido. Dessa forma, ele prolifera no intestino do vacinado sem causar doença, protegendo-o —é depois eliminado pelas fezes. Pode ocorrer, no entanto, uma situação considerada rara. O vírus vacinal pode sofrer mutação no ambiente, tornando-se capaz de causar doença em quem não está vacinado após ser eliminado pelas fezes. Com a baixa cobertura vacinal, aqueles que não estiverem vacinados podem ser infectados pelo vírus presente em fezes e adoecer por causa desse vírus ’mutante’. Nada acontece, porém, com quem está vacinado. Já a vacina injetável é produzida com o vírus inativado e não tem como causar doença —seja para quem está vacinado, seja para quem não está. Ballalai acrescenta que a OMS recomenda que países como o Brasil passem a utilizar a vacina inativada (injetável) sempre que possível. A SBIm também orienta que essa seja a vacina de preferência na administração de todas as doses.

PARCERIA

Fiocruz e Grupo Oncoclínicas se unem parar criar centro pesquisa e inovação em oncologia

A Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) e o Grupo Oncoclínicas vão criar o Centro Integrado de Pesquisa em Oncologia Translacional. O projeto é uma uma parceria público-privada na área de pesquisas sobre o câncer, informou o Valor Econômico. O vice-presidente de produção e inovação da Fiocruz, Marco Krieger, diz que a iniciativa irá ’ampliar as cooperações para pesquisas, com a troca de experiências, mão de obra e conhecimentos, fortalecendo também o sistema público’. O projeto ainda prevê a capacitação de profissionais de saúde. ’A expectativa é que a criação do centro traga impacto no rastreamento da doença e diagnóstico precoce, além de terapias inovadoras que proporcionem mais eficiência nos custos na jornada do tratamento oncológico, evitando os altos gastos com cirurgias, melhorando a expectativa e qualidade de vida dos pacientes oncológicos’, diz o fundador e CEO do Oncoclínicas, Bruno Ferrari.

          

NOVAS REGRAS

Câmara aprova MP do novo programa Mais Médicos

A Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (14) a Medida Provisória 1165/23, que muda o programa Mais Médicos para permitir a prorrogação de contratos e criar indenizações de incentivo ao exercício da atividade em áreas de difícil fixação, informou a Agência Câmara. A MP será enviada ao Senado. Segundo o parecer da relatora, senadora Zenaide Maia (PSD-RN), em vez da dispensa definitiva de revalidação do diploma para o médico intercambista, ele poderá participar do programa por quatro anos sem a necessidade dessa revalidação. Antes da MP, o período era de três anos. Com a mudança proposta pela relatora, essa regra se aplica ainda à recontratação dos médicos participantes de ciclos ocorridos até dezembro de 2022, independentemente do período de atuação desses profissionais no Mais Médicos. O acesso deverá ocorrer por meio de editais a serem abertos depois da edição da MP, em março de 2023. Dessa forma, aqueles que já tenham participado por mais de quatro anos somente poderão ser recontratados com a revalidação do diploma. Segundo o texto aprovado, o prazo do visto para o intercambista estrangeiro aumenta de três para quatro anos, prorrogável por igual período. Continua a exigência, entretanto, de atuação exclusiva em atividades de ensino, pesquisa e extensão no âmbito do projeto Mais Médicos para o Brasil. A fim de conferir agilidade na alocação de médicos em caso de vagas não providas, o Ministério da Saúde poderá implantar critério de seleção para redistribuição de médicos inscritos no mesmo estado com vagas não preenchidas. O exame do Revalida, uma das etapas para obtenção do registro para o exercício da medicina no Brasil por parte dos formados no exterior, passa de periodicidade semestral para quadrimestral. Um acordo entre governo e oposição levou à aprovação em Plenário de um destaque do PL para retirar dispositivo que permitiria, aos candidatos aprovados em avaliações periódicas referentes ao período de 48 meses de atuação, contarem com dispensa da prova prática de habilidades clínicas. Assim, eles continuarão a ter de fazer esse exame prático. Para acessar a matéria completa, clique aqui.


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