O mercado de saúde privada no Brasil caminha para uma intensa tendência de concentração em grandes instituições, que visam o crescimento por meio de fusões e aquisições, tanto de operadoras menores quanto de instituições que integram suas redes de saúde. Essa foi a conclusão de um estudo sobre o sistema privado de saúde nacional que contou com a participação de pesquisadores da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR) e foi publicado na BMC Health Services Research, revista internacional que é referência em artigos científicos sobre serviços de saúde, informou o portal Medicina S/A.
O trabalho mostra um crescimento significativo das grandes operações em detrimento das operadoras menores. Um dos achados do estudo foi a redução de 1.045 instituições privadas de saúde no país, em 2011, para 711 em 2020, período analisado pelos pesquisadores, seguindo modelos de saúde complementar já consolidados em mercados como China e Estados Unidos. A concentração de mercado, de acordo com a pesquisa, tem características diferentes a depender da região do país. No Norte e no Nordeste, ela é mais intensa, enquanto que, nas regiões Sul e Sudeste, mais dispersa.
Além disso, as cooperativas de saúde têm uma representação significativa no mercado, mas não foi constatada mudança de participação total no período compreendido pelo trabalho. Segundo Sandro Marques, professor da Escola de Negócios da PUCPR e um dos autores do trabalho, a concentração observada no setor pode ter impactos negativos pela redução de opções para os clientes das operadoras, gerando, consequentemente, diminuição da competitividade. Ao mesmo tempo, pode levar a reduções significativas de custos operacionais para as operadoras de saúde em função da escala e da melhoria da eficiência.