A Frente Parlamentar da Telessaúde realizou debate, nesta
terça-feira (25), para tratar sobre Telessaúde no SUS: Esferas Municipal,
Estadual e Federal. A reunião foi presidida pela coordenadora da frente, a
Deputada Adriana Ventura (Novo-SP).
General de Brigada Marco Antônio Martin, assessor especial do Ministério da
Defesa, apresentou o Programa Telessaúde do Brasil, um projeto-piloto do Projeto
de Telessaúde do Brasil, coordenado pelo Ministério da Defesa, na Unidade
Básica de Saúde (UBS) do bairro Marajó, em Cristalina (GO).
De acordo com ele, o trabalho vem sendo desenvolvido desde janeiro e já
proporcionou mais de mil atendimentos na localidade. A UBS foi escolhida para
iniciar o projeto-piloto em função de atender ao escopo do Programa, que
contempla áreas afastadas de grandes centros hospitalares e com Índice de
Desenvolvimento Humano (IDH) abaixo de 0.6. “Nosso objetivo é levar assistência
médica para comunidades distantes”, explicou.
Martin explicou que no consultório médico, o paciente é avaliado e tem sua
conduta conforme os protocolos estabelecidos. Caso haja a necessidade de alguma
consulta mais especializada, o projeto conta com a participação inicial de
cinco especialidades: a telecardiologia, que disponibiliza um
eletrocardiograma; a teledermatologia, com a utilização de um dermatoscópio; a
telepediatria, a telepsiquiatria, e a teleoftalmologia, que utiliza um
retinógrafo.
Ressaltou que o paciente também tem acesso a exames laboratoriais, realizados
instantaneamente com o equipamento HILAB, que disponibiliza exames de glicemia,
BHCG, hepatite B, hepatite C, Covid-19, função renal, hemoglobina glicada, VDRL
(sifilis), HIV, toxoplasmose, perfil lipídico, dengue, zika, PSA, TSH e
vitamina D.
Rafael Cardoso, da Faculdade de Medicina da Universidade de Goiás, explicou
sobre o Núcleo de Telessaúde e Telemedicina de Goiás. Segundo Cardoso, o
programa começou em 2008 na atenção primária à saúde, avançando posteriormente
na detecção precoce das principais causas de cegueira e na leitura de
retinografias.
Falou também os números do programa. Conforme Cardoso, o programa está presente
em 232 cidades do estado de Goiás, 3.325 UBS, 2.391 equipes de saúde da
família, mais de 7 mil profissionais da saúde, 82.160 participações em
teleducação, 14.063 eleconsultorias, 66.338 exames de eletrocardiograma e
43.682 teleretinografias.
Roberto Umpierre, coordenador geral da Telessaúde na Universidade Federal do
Rio Grande do Sul, falou sobre o núcleo de TelessaúdeRS que começou em 2005 e
foi expandido para todo o estado em 2012. Em 2013, conforme Umpierre, é lançado
o serviço de teleconsulta. Ressaltou que o núcleo evoluiu, em dez anos, de
consultas por email, posteriormente para a linha telefônica na teleconsulta em
2013 e iniciando a teleoftalmologia em 2017 que é realizado com a tecnologia de
telepresença. Segundo ele, há um índice de 60% dos problemas dos pacientes
sendo resolvidos e mantidos na APS.
Também destacou o programa RegulaSUS que tem por objetivo diminuir o tempo de
espera para consulta especializada, evitar o deslocamento desnecessário do
paciente e aumentar a resolutividade da Atenção Primária. Foram feiras mais de
452.902 ações de regulações nas mais variadas especialidades médicas,
disse.
“O tempo de espera para uma consulta na especialidade de Neurologia Adulto era
de dois anos. Com o trabalho do TelessaúdeRS, a fila de espera foi reduzida
para apenas 42 dias em setembro de 2018”, completou.
Parlamentares
O Deputado Pedro Westphalen (PP-RS) falou que apoia a telemedicina e têm o
propósito de criar a Frente Parlamentar de Saúde TecMed 4.0, com o objetivo de
colocar todos os instrumentos modernos disponíveis para a população,
principalmente para os que mais precisam.
A Deputada Carmen Zanotto (Cidadania-SC) falou que teve experiência com a
telessaúde quando foi secretária de saúde de Santa Catarina, onde foram
implantados os laudos de eletrocardiograma. De acordo com ela, o aparelho
colocado no munícipio de pequeno porte operado por profissional de nível médio
da enfermagem e as imagens e laudos realizados por profissionais
cardiologistas.
A Deputada Soraya Manato (PSL-ES), destacou que a teleradiologia e a
telemedicina funcionam muito bem no Brasil e já resolveram problemas de grande
parte da população. Porém, ponderou a necessidade de terem médicos nos postos
de saúde de municípios distantes.
Por fim, o Deputado Odorico Monteiro (PSB-CE) ressaltou a importância da
inclusão da Telemedicina como disciplina nos cursos da área da saúde.