Brasília, urgente

Gestão da saúde pede parcerias e mais financiamento ao SUS, apontam especialistas

NK Consultores – Um dos ensinamentos da pandemia é que as alianças entre os setores público e privado precisam ser mais bem cuidadas. O valor do Sistema Único de Saúde (SUS) foi comprovado nacionalmente, a exemplo da extensa campanha de vacinação, e trouxe reflexões sobre parcerias necessárias para melhorar a gestão do sistema como um todo, destacou matéria do Estado de S. Paulo. Daniel Greca, diretor de Saúde Populacional do Hospital Sírio-Libanês, considera que um dos pontos de melhoria está relacionado à estratégia assistencial – ações que acompanham o paciente em toda sua jornada de cuidado e cujos resultados se observam em diversos momentos da vida.

De acordo com Ana Paula Pinho, diretora do Instituto Social Hospital Alemão Oswaldo Cruz, as parcerias público-privadas são um caminho. “A pandemia deixou muito nítido que realmente o sistema é único, então, todos têm um papel efetivo na execução dos serviços de saúde. Podemos pensar na ampliação do acesso estabelecendo parcerias comprometidas.” Nesse sentido, Pinho acredita no potencial do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (Proadi), que estabelece uma rede de parceria entre seis hospitais privados de excelência e o Ministério da Saúde para garantir, por exemplo, projetos de capacitação, pesquisa e adesão de novas tecnologias. O próprio Oswaldo Cruz participa da iniciativa, bem como os hospitais Sírio-Libanês e Albert Einstein. Ainda que as coalizões sejam importantes, Nésio Fernandes Junior, presidente do Conselho Nacional de Secretários Estaduais da Saúde (Conass), acredita que não há como garantir um sistema público de excelência se a verba destinada pela União não passar por reavaliação.

“Independentemente do debate sobre a organização do sistema, se tivéssemos de incluir todas as pessoas que dependem de assistência farmacêutica, tratamento de doenças raras, atendimento hospitalar, cirurgias eletivas (não urgentes) e outros serviços, não teríamos capacidade para absorver todas as demandas”, diz ele. “O financiamento do SUS, portanto, precisa ocupar a centralidade do debate.”


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