Brasília, urgente

Governo já repassou R$ 28 milhões para nova fábrica da vacina contra tuberculose que está em construção desde 1989

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) vai inspecionar, entre os dias 13 e 15 de setembro, a única fábrica no país autorizada a produzir a vacina BCG, contra tuberculose, informou o portal G1. A fábrica, localizada na zona norte do Rio, está interditada há dez meses para se adequar às normas sanitárias. Enquanto isso, o governo já repassou quase R$ 30 milhões para a construção de uma nova fábrica, na Baixada Fluminense, que garantiria a autossuficiência do Brasil na produção da vacina contra a tuberculose.

Só que a obra já dura mais de 30 anos, sem que nenhuma dose do imunizante tenha saído de lá. As duas fábricas pertencem à Fundação Ataulpho de Paiva, entidade privada sem fins lucrativos, que há mais de cem anos é a responsável pela produção nacional da BCG. A própria fundação interditou a fábrica de São Cristóvão em novembro do ano passado, quando uma vistoria da Anvisa identificou o descumprimento das boas práticas de produção. Esta é a terceira vez que a planta foi interditada. Na primeira, em 2016, um laudo da Anvisa apontou que a unidade “apresenta risco à saúde da população brasileira e urge a necessidade de finalização das obras da nova fábrica da fundação localizada em Xerém, Duque de Caxias-RJ”.

Com a interrupção da produção nacional, o Ministério da Saúde passou a importar os imunizantes, e diminuiu a quantidade de doses enviadas aos estados e municípios. Num ofício encaminhado às Secretarias estaduais de Saúde em abril deste ano, o ministério informou que passaria a distribuir 500 mil doses por mês. No ano passado, a média mensal era mais que o dobro: 1,2 milhão de doses. No documento, o ministério destacou “a necessidade de os estados otimizarem e racionarem a vacina” por pelo menos sete meses. 


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