Brasília, urgente

Judiciário está abarrotado de ações, diz ministro sobre processo de São Paulo por vacina da Pfizer

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou nesta quinta-feira (5), que o “Poder Judiciário está abarrotado de ações” e que não defende a judicialização. Segundo o jornal O Estado de S.Paulo Queiroga se referiu ao governo de São Paulo, que prevê entrar com uma medida judicial contra a pasta, após a gestão Jair Bolsonaro não entregar 228,15 mil vacinas da Pfizer contra a covid-19. “Judicialização é um direito que todos têm, mas nós não defendemos a judicialização como forma de implementação de políticas públicas”, disse. “Eu penso que essas questões devem ser discutidas no âmbito administrativo. O Poder Judiciário já anda abarrotado de ações. Já tem muitas ações, já tem muitos problemas, por que nós não buscamos aqui no caminho da tripartite, que é feita para esse entendimento?” Segundo Marcelo Queiroga, a diminuição das doses enviadas para São Paulo ocorreu porque o Instituto Butantan reservou doses a mais para o Estado de São Paulo. O ministro disse que a situação foi constatada pela comissão tripartite e, por isso, se fez uma compensação de doses. “Não há nenhum interesse em discriminar qualquer Estado da Federação e nós temos é que trabalhar juntos”, afirmou. “Da minha parte, se ficar demonstrado que não houve essa alocação adicional para São Paulo, isso pode ser corrigido. Mas creio que a decisão foi tomada pela tripartite de maneira própria.”


ESTIMATIVA

Laboratórios devem faturar quase o dobro com vacinas contra a covid em 2022, diz consultoria

O faturamento de laboratórios fora da China com a venda de vacinas contra covid-19 vai quase dobrar de US$ 70 bilhões neste ano para cerca de US$ 127 bilhões no ano que vem, com os países procurando se abastecer com mais vacinas de RNA mensageiro, consideradas especialmente eficientes. A estimativa é da consultoria de saúde Airfinity, de Londres, e exclui a comercialização das vacinas da China, destacou o Valor Econômico nesta quinta-feira (5). O país é atualmente o maior produtor mundial, mas a grande parte de sua produção é usada no mercado doméstico e somente 18% tem sido exportada. Além disso, não há ainda vendas de doses chinesas confirmadas para 2022. Os laboratórios americanos Pfizer e Moderna, que com suas vacinas de RNA mensageiro dominam as novas demandas, poderão aumentar seu faturamento em 80% e 72% respectivamente em 2022, pelos cálculos de Airfinity. A receita de Pfizer com as doses anti-covid poderá pular de US$ 31 bilhões neste ano para US$ 56 bilhões no ano que vem. A evolução das vendas é enorme. No começo do ano, o laboratório tinha projetado que as vendas das doses anti-covid poderiam gerar US$ 15 bilhões, em maio elevou a estimativa para US$ 26 bilhões e no fim de julho avisou que poderia alcançar até US$ 33 bilhões.


CORONAVÍRUS

Droga biológica Regen-Cov reduz contaminações por Covid, mostra estudo

A combinação de anticorpos monoclonais Regen-Cov foi capaz de reduzir casos de Covid em moradores de uma mesma casa onde havia pacientes diagnosticados com a doença, segundo pesquisa publicada nesta quarta-feira (4) na revista The New England Journal of Medicine, informou a Folha de S.Paulo. O Regen-Cov, que antes recebia o nome de Regn-Cov2, é uma injeção subcutânea contendo os anticorpos monoclonais casirivimab e imdevimab, que são, em linhas gerais, proteínas desenhadas para atacar especificamente um alvo. O medicamento biológico, produzido pela farmacêutica Regeneron, tem aprovação para uso emergencial no Brasil. Os anticorpos banlanivimabe e etesevimabe da empresa Eli Lilly também já foram aprovados para uso emergencial pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). A pesquisa observou 1.505 pessoas com 12 anos ou mais que moravam com pessoas que haviam sido diagnosticadas com infecções pelo Sars-CoV-2 até 96 horas antes. Os pesquisadores, então, dividiram os participantes entre os que receberiam uma única dose de 1.200 mg de anticorpos monoclonais via injeção e os que receberiam uma injeção de placebo (o grupo de controle).


SRAG

Fiocruz alerta sobre casos de síndromes respiratórias

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) informou, nesta quarta-feira (4), que o número de casos Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) teve “crescimento moderado” nas últimas três semanas. O fato, alertam os pesquisadores, indica reversão da tendência de queda verificada nos últimos meses. Como 96,5% desses casos são de covid-19, trata-se de um alerta sobre possível piora nas estatísticas da pandemia à frente. “A mudança nos números de SRAG no país é apenas um sinal inicial e é preciso ainda aguardar as próximas semanas, mas já acende um alerta para a interrupção da queda de casos”, disse ao Valor Econômico o coordenador do InfoGripe, Marcelo Gomes. O Boletim InfoGripe, divulgado nesta quarta-feira (4) pela Fiocruz, mostra que no conjunto das últimas seis semanas, o chamado “longo prazo”, a curva de casos de síndrome respiratória ainda apresenta tendência de queda. Mas no curto prazo, ou seja, nas últimas três semanas, houve aumento. No boletim, os pesquisadores constatam que a mudança nos indicadores de SRAG no país coincide um movimento em todos os Estados de afrouxamento das restrições ao funcionamento do comércio e dos serviços e à circulação das pessoas.


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