NK Consultores – Mães de pessoas com deficiência ou com doença raras, conhecidas como mães atípicas, pediram programas públicos de apoio, em audiência pública na Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da Câmara dos Deputados, nesta sexta-feira (11), informou a Agência Câmara. Os deputados Tereza Nelma (PSD-AL) e Léo Moraes (PODE-RO), que solicitaram o debate, citaram levantamento de 2019 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) segundo o qual na população brasileira acima de 2 anos há 17,3 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência, o que representa 8,4% da população do País. “E o cuidado sobre essa população sempre recai sobre uma figura feminina, em geral, a mãe”, salientou Tereza Nelma. Ela disse que deparar-se com as limitações dessas crianças em uma família, em geral, gera sofrimento, frustração e medo.
A parlamentar destacou ainda a falta de redes que apoiem as mães psicólogica e financeiramente. “Segundo dados de 2012 divulgados pelo Instituto Baresi, no Brasil, cerca de 78% dos pais abandonaram as mães de crianças com deficiência e doenças raras antes de os filhos completarem cinco anos”, citou. De acordo com ela, muitos pais “não conseguem suportar o luto do abandono da ideia do filho ideal”. A deputada defendeu um programa de apoio psicológico na rede pública de saúde para essas mães, já que muitas recorrem a ONGs, que não dão conta da demanda. Ela acrescentou que é papel do Parlamento formular políticas públicas multissetoriais para apoiar essas mulheres. Fonoaudióloga e ativista, Maria Klivianny afirmou que em Rondônia já existe uma lei estadual com esse fim.
Ela também salientou a ausência de políticas públicas para essas mães. O secretário nacional dos Direitos das Pessoas com Deficiência, Cláudio Panoeiro, afirmou que o propósito do projeto de lei em discussão – de criação da semana nacional da maternidade atípica – é estabelecer a visibilidade desse grupo, porém ponderou que talvez a proposta não atinja o seu objetivo. Para acessar a matéria completa, clique aqui.