Brasília, urgente

Maior rede de diálise do país dá ultimato a Estados e ao Ministério da saúde

A rede de clínicas de diálise DaVita disse que não renovará contratos com a rede pública e que deixará de atender novos pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) caso os governos estaduais ou o Ministério da Saúde não cubram os prejuízos que a empresa afirma ter com a terapia até outubro, noticiou a revista Istoé. Hoje, o valor da sessão de diálise paga pelo SUS é 53% menor que o custo real do procedimento, de acordo com a Associação Brasileira de Clínicas de Diálise e Transplante (ABCDT).

O tratamento é utilizado para substituir as funções de um rim deficitário. A rede é a maior do País no ramo e atende 15% do total da demanda do SUS por diálise – são cerca de 14 mil pacientes com insuficiência renal crônica. Ao longo desta semana, a empresa notificou 13 dos 15 Estados em que opera demandando a recomposição econômica. “Se isso não acontecer, comunicamos que não renovaremos os contratos com o SUS e precisaremos reavaliar de imediato o aceite de novos pacientes porque há uma fila imensa, que não poderemos mais suprir caso não haja uma resposta conclusiva”, disse o administrador Bruno Haddad, CEO do grupo DaVita.

O preço pago pelo SUS hoje é de R$ 218, valor que foi reajustado após cinco anos sem aumentos em dezembro do ano passado, mas a rede argumenta que o custo real por sessão é de R$ 303. “Em 2021, houve um reajuste simbólico que não compensou absolutamente nada. Os custos aumentaram muito. Insumos, variação cambial, inflação, correções salariais de 10% ao ano e as consequências da pandemia. É impossível se recompor sem um reajuste. Por essa razão, a DaVita não tem mais como subsidiar essa realidade do SUS”, afirma Haddad.


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