Brasília, urgente

Mais Médicos: nova cara do programa não agrada categoria

Uma das promessas da campanha de Luiz Inácio Lula da Silva, a retomada do Programa Mais Médicos é trabalhada com celeridade pelo Ministério da Saúde, em especial pela Secretaria de Atenção Primária à Saúde, chefiada pelo médico sanitarista Nésio Fernandes. Mas ao contrário da primeira versão do programa, o foco não será em estrangeiros — como os cubanos — mas nos brasileiros, destacou matéria do jornal O Globo. De acordo com a publicação, o programa que visa ampliar o atendimento médico em localidades remotas do país e zonas pobres das metrópoles vai prever incentivos para profissionais formados no país. Segundo Fernandes, a proposta em estudo prevê, além do foco nos brasileiros, a contratação de médicos estrangeiros, mas desde que eles tenham feito o exame Revalida, processo unificado para revalidação de diplomas médicos estrangeiros compatíveis com as exigências de formação das universidades brasileiras.

Neste redesenho do programa, profissionais estrangeiros irão ocupar as vagas remanescentes, e, para os cubanos que já atuam no Mais Médicos, a pasta estuda editar uma MP para estender o prazo de autorização. Mas esta é a opção B. Com as estratégias, a nova gestão tenta agradar a classe médica, majoritariamente crítica do programa desde a criação por aceitar profissionais estrangeiros sem Revalida. Entretanto, até agora as mudanças não entusiasmam representantes da categoria. — Querer remendar o Mais Médicos não é a solução. Incentivos monetários não são suficientes, precisamos de projetos estruturados e fortes, como uma carreira de estado — aponta o presidente da Associação Médica Brasileira (AMB), César Fernandes. Para o representante da AMB, o Mais Médicos deixou muitas máculas à categoria.

A principal foi a contratação de estrangeiros “sem comprovação de competências profissionais” para atender a população. O presidente da Federação Nacional dos Médicos (Fenam), Gutemberg Fialho, acredita que trazer médicos de fora sem exigir o Revalida não deve sequer ser uma possibilidade cogitada na nova política. Atual presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), José Hiran Gallo concorda com o posicionamento da Fenam. Ele aponta que flexibilizar a exigência do Revalida é “flertar com o risco”. Para acessar a matéria completa, clique aqui.          


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