NK Consultores – Um novo levantamento do Instituto de Estudos para Políticas de Saúde (IEPS) mostra que, após 10 anos de queda, a mortalidade por causas evitáveis no Brasil voltou a crescer em 2021, reflexo da pandemia da Covid-19, destacou reportagem do jornal O Globo. O indicador não leva em consideração os casos do novo coronavírus, mas os especialistas explicam que a piora é consequente do impacto da crise sanitária nos serviços de saúde. A pesquisa mostra, por exemplo, uma queda acentuada no número de hospitalizações realizadas no SUS durante a crise. Algumas causas são: infecções imunopreveníveis, como tétano, tuberculose e hepatites; cânceres colorretais, associados à alimentação ruim; tumores de colo de útero, ligados à não vacinação contra o HPV; doenças cardiovasculares; obesidade; descontrole de diabetes e hipertensão arterial, além de uma série de outros quadros que se sabe hoje serem possíveis de evitar. Em 2010, eram cerca de 99 óbitos a cada 100 mil habitantes no Brasil, taxa que recuou, ainda que de forma tímida, ano após ano, até 2020, quando chegou a 89. No entanto, no ano seguinte, o pior da emergência de saúde pela Covid-19, subiu para 92. Os piores estados foram Roraima e Rio de Janeiro com, respectivamente, 120 e 117 óbitos evitáveis a cada 100 mil habitantes. Os especialistas apontam que um dos grandes motivos da alta da mortalidade por causas evitáveis é a materna. Em 2021, de acordo com o Observatório Obstétrico Brasileiro (OOBr), com informações do Ministério, foram 110 óbitos de gestantes, puérperas e mulheres durante o parto no país a cada 100 mil nascidos vivos, quase o dobro do observado em 2019 e a mesma taxa registrada em 1998. O atendimento à gestante antes, durante e depois do parto, capaz de evitar as complicações que resultam em óbito, é feito na rede pública na Atenção Primária à Saúde (APS), considerada a porta de entrada do Sistema Único de Saúde, principalmente pela Estratégia de Saúde da Família (ESF). A APS é ainda responsável por prevenir uma parcela significativa das outras causas preveníveis,como por meio da vacinação, do controle de quadros como diabetes e hipertensão, pela orientação de cuidados de saúde necessários para evitar doenças, entre muitas outras ações realizadas nos postos de saúde. No entanto, um relatório do IEPS no ano passado já mostrava que somente cerca de 76% dos brasileiros estão cobertos pela ESF. Para Fernandes, se o cálculo fosse feito considerando um cenário ideal, em que uma equipe atendesse somente até três mil pessoas para oferecer um serviço melhor, esse percentual seria inferior a 50%. Para acessar a matéria completa, clique aqui.