Brasília, urgente

Octogenários mais ricos relatam ter melhor saúde que idosos mais novos e mais pobres

Idosos com 80 anos ou mais, com maior renda, relatam ter uma saúde melhor do que aqueles mais pobres, de dez a 15 anos mais novos, destacou matéria da Folha de S. Paulo. No primeiro grupo, 52% em média avaliam o estado de saúde como bom ou muito bom. Já no segundo, entre 65 a 69 anos, essa taxa variou entre 35% e 40%. A constatação vem de um novo estudo do Ieps (Instituto de Estudos para Políticas de Saúde), que analisou o impacto do envelhecimento populacional no sistema público de saúde e na sociedade em geral a partir de dados da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) e da PNS (Pesquisa Nacional de Saúde), entre outras. As desigualdades também ficam evidentes no acesso aos serviços de saúde. Pessoas entre 60 e 64 anos com renda mais elevada tiveram mais chances de ter feito uma consulta médica do último ano em comparação aos idosos de 80 anos ou mais de menor renda, segundo o estudo. Segundo Matías Mrejen, pesquisador sênior do Ieps e um dos autores do estudo, esses desafios devem se acentuar nos próximos anos no país. Em 2031, o percentual de idosos deverá superar a taxa de crianças, e a sua participação na população total vai aumentar numa velocidade muito maior do que a observada em outros países. A França, por exemplo, viu a sua proporção de idosos dobrar de 10% para 20% em 140 anos, o Reino Unido, em 80 anos, e os Estados Unidos, em 75 anos. Já no Brasil isso deverá ocorrer em apenas 25 anos, entre 2010 e 2035. Esse período é mais curto do que o da Índia (40) e similar ao da China (25) e do conjunto da América Latina (30). Os dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostram que já houve um aumento na taxa de domicílios com idosos na última década, de 19,9%, em 1998, para 23,4% em 2019. Com o avançar da idade, aumenta também o percentual daqueles precisam de ajuda nas atividades do dia a dia. Enquanto cerca de um quarto de idosos de até 69 anos se declara com algum grau de dificuldade para realizar atividades diárias, na faixa etária seguinte (de 75 a 79 anos), a taxa é de 41%. Entre os com 80 anos ou mais, salta para 57%. De acordo com trabalho, a contratação de cuidadores só é significativa entre as famílias de maior renda. Apenas 0,4% dos idosos mais pobres conta com esses profissionais. Já entre aqueles com renda mais elevada, esses percentuais variam entre 27% e 69%. O país também não está preparado para atender as demandas de uma população envelhecida em relação aos recursos humanos. Apenas de 0,5% dos formandos em residência médica concluiu o curso de geriatria, segundo o Demografia Médica Brasileira 2023. Para acessar a matéria completa, clique aqui.

PROPOSTA

 

Piso salarial para a enfermagem é aprovado pela Comissão Mista de Orçamento

Em reunião na tarde desta terça-feira (25/4), a Comissão Mista de Orçamento (CMO) aprovou o novo piso salarial da enfermagem, que abrange as categorias de enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem e parteiras, informou o jornal Correio Braziliense. Conforme a proposta, o valor mínimo inicial para os enfermeiros será de R$ 4.750, a ser pago nacionalmente pelos serviços de saúde públicos e privados. Nos demais casos, haverá proporcionalidade: 70% do piso dos enfermeiros para os técnicos de enfermagem (R$ 3.325) e 50% para os auxiliares de enfermagem e as parteiras (R$2.375). A proposta, vinda do Senado, é da relatoria da senadora Eliziane Gama (PSD-MA), e após aprovação na CMO vai direto para o plenário do Congresso Nacional. Caso aprovado em definitivo, uma nova categoria de programação no orçamento do Ministério da Saúde, no âmbito do Fundo Nacional de Saúde (FNS) será incluída, para que as despesas com o novo piso sejam viabilizadas. Para acessar a matéria completa, clique aqui.

CONSCIENTIZAÇÃO

 

Comissão aprova semana para informação sobre doenças raras

A Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE) aprovou nesta terça-feira (25) um projeto que institui a Semana Nacional da Informação, Capacitação e Pesquisa sobre Doenças Raras e altera a denominação do Dia Nacional de Doenças Raras, informou a Agência Senado. O Projeto de Lei (PL) 1.491/2022 altera a Lei 13.693, de 2018, para instituir o nome da data como Dia Nacional da Informação, Capacitação e Pesquisa sobre Doenças Raras e instituir essa semana nacional como a última de cada mês de fevereiro — justamente a semana que engloba o dia nacional. O texto segue para sanção. O texto aprovado é um substitutivo da Câmara dos Deputados ao Projeto de Lei do Senado (PLS) 40/2015, originalmente apresentado pelo senador Romário (PL-RJ). Na forma como foi aprovado primeiramente no Senado, o PLS 40/2015 instituía o Dia Nacional da Informação, Capacitação e Pesquisa sobre Doenças Raras. Na Câmara dos Deputados, o projeto tramitou em conjunto com o PL 1.149/2019, que instituía a Semana Nacional de Conscientização sobre Doenças Raras. O texto alternativo juntou o conteúdo dos dois projetos. A relatora na CE, senadora Daniella Ribeiro (PSD-PB), foi favorável à medida com as alterações promovidas pela Câmara que, segundo ela, aperfeiçoaram o texto substancialmente. Para acessar a matéria completa, clique aqui.

 

SUSPENSAS

 

Prefeitura de SP muda contrato com unidades de saúde e gera atraso de 2.000 cirurgias de catarata

Cerca de 2.000 cirurgias de catarata que deveriam ocorrer ao longo de abril pela rede pública municipal de São Paulo estão represadas desde o início do mês. Os procedimentos ocorreriam em nove unidades de saúde geridas pela entidade Cies Global, que oferece serviços como consultas, exames e cirurgias de baixa e média complexidade para o SUS (Sistema Único de Saúde), informou a Folha de S. Paulo. No dia 3 de abril, a prefeitura encerrou o convênio que manteve com a entidade por quinze anos, e no dia 6 assinou um novo contrato para dar continuidade à prestação dos serviços. Por causa da mudança, no entanto, os atendimentos tiveram que ser temporariamente suspensos. De acordo com o Cies, a Secretária Municipal de Saúde só liberou a retomada das cirurgias de catarata a partir do próximo dia 27. Na prática, as nove unidades gerenciadas pela entidade ficarão ociosas durante quase todo o mês de abril, deixando de entregar a maior parte dos 2.000 procedimentos que costuma realizar mensalmente. As consultas, exames e algumas cirurgias voltaram a ser oferecidas na semana passada, mas o ritmo ainda está longe do normal. ’Até sábado [22] nós conseguimos agendar 513 pacientes, sendo que em uma semana normal atendemos 2.900 pessoas aqui na Vila Carrão’, disse a gerente de prática assistencial do Cies Sandra Galvão. A expectativa é que até o fim de abril 20 mil pacientes sejam atendidos em todas as unidades, número bem abaixo da média de 80 mil atendimentos por mês. Com a assinatura do novo contrato no dia 6 de abril, o Cies, teoricamente, já estaria apto a retomar os atendimentos, mas segundo a secretaria, alguns ajustes resultaram em atraso de quatro dias. A mudança criou ainda dificuldades operacionais. Para acessar a matéria completa, clique aqui.


Envie sua opinião