Brasília, urgente

Pandemia menos grave traz dificuldades à indústria de máscaras e luvas, mas aquece a de pinos e próteses

Com a pandemia de Covid menos grave e o fim da exigência do uso máscaras, os fabricantes de produtos ligados ao combate ao coronavírus, como máscaras, luvas e seringas, demitem funcionários, fecham fábricas e preveem redução de R$ 230 milhões em investimentos no Brasil, em comparação com os de 2020, informou a Folha de S. Paulo. Somente em uma indústria de luvas na cidade de Paraíba do Sul, no Rio de Janeiro, 60% dos trabalhadores foram demitidos entre junho e setembro de 2022.

De acordo com Flávia Malta, diretora de relações institucionais da Lemgruber, o crescimento do negócio neste ano foi 75% menor do que em 2021.  A previsão é que 2022 termine com R$ 700 milhões em investimentos no setor de dispositivos médicos — R$ 230 milhões a menos do que em 2020, início da pandemia, quando o capital investido no segmento chegou a R$ 930 milhões, segundo a Abimo (Associação Brasileira da Indústria de Dispositivos Médicos). Mesmo abaixo de 2020, os investimentos em alguns setores do segmento podem superar 2021 —que registrou R$ 675 milhões em aportes financeiros. Isso se deve à demanda elevada, e reprimida, de cirurgias eletivas, que utilizam dispositivos médicos não ligados ao combate à Covid, como órteses e próteses, parafusos e fixadores, stents cardíacos e desfibriladores, diz o superintendente da Abimo, Paulo Fraccaro.

’Há uma demanda para atender tudo o que não pode ser feito durante a pandemia, por isso alguns setores da indústria estão investindo mais e outros menos, como as indústrias de máscaras e luvas’, aponta Fraccaro, lembrando que os impostos ao setor podem chegar a 40% do produto. Além deles, a indústria nacional precisa concorrer com os produtos médicos vindos de fora, que possuem taxa zero para importação. A medida passou a valer durante a pandemia, para suprir a grande demanda do mercado interno de então.


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