As doenças neurológicas crônicas foram incluídas no grupo prioritário de pessoas com comorbidades entre os segmentos passíveis de imunização dentro do plano de operacionalização da campanha de vacinação contra a covid-19. O Plano Nacional de Operacionalização (PNO) da vacinação foi atualizado nesta quinta-feira (20). Segundo o jornal O Estado de S.Paulo entre as condições neurológicas crônicas estão doenças cerebrovasculares (acidente vascular cerebral isquêmico ou hemorrágico, ataque isquêmico transitório e demência vascular) e doenças neurológicas crônicas que impactem a função respiratória. Também fazem parte desse grupo doenças hereditárias e degenerativas do sistema nervoso ou muscular, indivíduos com deficiência neurológica grave, paralisia cerebral e esclerose múltipla ou condições similares. As pessoas com comorbidades já começaram a ser vacinadas. Elas entraram na ordem de prioridade após idosos em instituições de longa permanência, profissionais de saúde, idosos e parte dos trabalhadores de forças de segurança. Na nova versão do plano de operacionalização também foi inserida orientação para as gestantes que tomaram a primeira dose da vacina Oxford/AstraZeneca para que aguardem o fim do puerpério para receber a segunda dose. A recomendação foi feita após a mudança da regra para gestantes e puérperas feita pelo Ministério da Saúde no dia 11 de maio diante da morte de duas gestantes após terem sido imunizadas com doses da Oxford/AstraZeneca. O Ministério da Saúde também anunciou nesta quinta-feira que antecipou a chegada de 4 milhões de doses de vacinas do consórcio Covax Facility, coordenado pela Organização Mundial da Saúde, para junho. Originalmente as doses estavam previstas para chegar ao Brasil depois de julho.
Na Cúpula Global de Saúde, laboratórios prometem mais vacinas contra covid-19
Grandes produtores de vacinas contra covid-19 prometeram nesta sexta-feira (21) mais doses, e pelo menos um prometeu preço menor, para os países pobres e de renda média, durante a Cúpula Global de Saúde. De acordo com o Valor Econômico o presidente da Pfizer, Alberto Bourba, anunciou que sua companhia e a BioNtech pretendem fornecer 2 bilhões de doses para países de renda baixa e média nos próximos 18 meses. O plano é de entregar 1 bilhão de doses ainda neste ano e mais 1 bilhão em 2022 para esses países. O preço será diferente conforme o país. Para as nações ricas, o custo da vacina será equivalente a um “prato preparado” (takeaway meal). Para as nações de renda média, a dose custará a metade desse preço. E para os países pobres, a dose será vendida ao preço de custo, ou seja, sem lucro para a companhia. Por sua vez, o presidente da Moderna, Stéphane Bancel, anunciou que a companhia vai investir bilhões de dólares para aumentar a produção de 1 bilhão de doses neste ano para 3 bilhões no ano que vem. A ideia é que esses 2 bilhões adicionais sejam destinados aos países pobres e de renda média. A Johnson & Johnson anunciou acordo com o Covax, o mecanismo global para acesso equitativo às vacinas, para fornecer 200 milhões de doses neste ano e mais 300 milhões no ano que vem, mas não mencionou preço. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e o primeiro-ministro italiano, Mario Draghi, que dirigem os trabalhos, reagiram falando de “boas notícias”. O Reino Unido anunciou um plano de criação de um novo “Radar Pandêmico Global” para identificar e rastrear novas variantes covid e doenças emergentes. A Organização Mundial da Saúde (OMS) liderará o trabalho com o Reino Unido, a fundação Wellcome Trust e outros parceiros e nações para desenvolver uma rede internacional avançada de vigilância patogênica. O mecanismo se se baseia na experiência britânica em segurança sanitária para ajudar a deter a propagação da covid-19 e prevenir futuras pandemias.
OMC quer que G-20 acelere negociações sobre patentes de vacinas
A Organização Mundial do Comércio (OMC) pediu nesta sexta-feira (21) aos países do G-20 que avancem mais rapidamente nas negociações sobre uma proposta para suspender os direitos de propriedade intelectual para as vacinas contra a covid-19, informou o Valor Econômico. Em um discurso na Cúpula Global de Saúde, organizada nesta sexta de forma virtual pelo G-20, a diretora-geral da OMC, Ngozi Okonjo-Iweala, pediu urgência aos países para que um texto sobre a proposta seja discutido. “Temos que nos sentar e negociar se quisermos salvar vidas”, disse ela. Nas discussões antes da cúpula, o G-20 chegou a um acordo para apoiar tanto o uso das flexibilidades do Acordo de Trips (propriedade intelectual), que inclui a quebra de patentes, e como o licenciamento voluntário para acelerar a produção de vacinas nos países em desenvolvimento. O Acordo de Trips permite a licença compulsória, ou seja, a quebra de patentes, mas sob certas condições avaliadas como demoradas demais para resolver a atual crise de saúde. Índia, África do Sul e outros 60 países em desenvolvimento querem ir além nas negociações no âmbito da OMC e suspender temporariamente os direitos de propriedade intelectual das vacinas contra a covid-19.
Ampliadas medidas para facilitar acesso a medicamentos do kit intubação
A Anvisa prorrogou o prazo das medidas que possibilitam, em caráter excepcional e emergencial, a liberação para distribuição de medicamentos estéreis antes da conclusão dos testes de controle de qualidade e a liberação dos lotes para uso após os resultados de sete dias do teste de esterilidade. As medidas adotadas visam agilizar o acesso da população, principalmente, aos medicamentos utilizados no chamado “kit intubação”. Elas permitem tanto a liberação dos lotes para uso após os resultados do teste de esterilidade em tempo reduzido, como possibilitam que a carga do medicamento possa ser transportada às distribuidoras e instituições de saúde enquanto as empresas realizam os testes de controle de qualidade. O medicamento, porém, só pode ser utilizado após o fabricante comunicar a aprovação do produto nos testes de esterilidade, no tempo de sete dias de incubação. Ressalta-se que o encurtamento de tempo do teste de esterilidade não representa risco aos pacientes. Esse teste, realizado no produto acabado, deve ser considerado apenas como uma das últimas medidas de controle pelas quais é assegurada a esterilidade. No entanto, outras medidas são utilizadas ao longo da produção para garantir a esterilidade de um medicamento estéril. A Anvisa vem monitorando os medicamentos e lotes fabricados na vigência de tais medidas. Desde a concessão, 23 medicamentos e aproximadamente 40 milhões de unidades farmacotécnicas foram liberados para distribuição anteriormente à execução e à conclusão dos testes de controle de qualidade, totalizando 597 lotes de 29 empresas. A Diretoria Colegiada da Anvisa aprovou a prorrogação das medidas excepcionais até o dia 19/8/2021, por meio de reunião realizada pelo Circuito Deliberativo – CD 432/2021.