Brasília, urgente

Profissionais da saúde e redes sociais: quais os limites da prática?

Reportagem de O Estado de S. Paulo destacou que profissionais e estudantes da área da saúde estão experimentando novas formas de se comunicar com o público pelas redes sociais e têm atraído milhões de seguidores. Isso ajuda a preencher a agenda do consultório, mas às vezes resulta em desvios do código de ética da classe, sujeitos a punições, explicou a publicação. Sensacionalismo, promessas de resultados, divulgação de informação sem embasamento científico, quebra de sigilo médico, conflitos de interesses são preocupações intensificadas com a presença dos profissionais de saúde nas redes sociais.

Na sua posição de autoridade, os especialistas fazem publicações que podem ter um impacto na saúde pública amplificado pelos mecanismos digitais que “viralizam” os conteúdos mais populares e atingem milhões de pessoas. Em tempos de superexposição, no afã de ser lembrado, o profissional comete publicidade indevida”, comenta o advogado Igor Mascarenhas, especializado em Direito Médico. “O aumento desse tipo de caso tem preocupado os conselhos de medicina”, diz. Ele afirma que metade dos casos judiciais aos quais se dedica são de acusações de irregularidades na publicidade médica, geralmente nas publicações em redes sociais.

Para o Conselho Federal de Medicina (CFM), qualquer comunicação com o público de atividade profissional de iniciativa, participação ou anuência médica, por qualquer meio, é considerada “publicidade médica”. Só no Estado de São Paulo, foram investigadas 235 denúncias relacionadas à publicidade em 2021 pelo Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp).


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