Um terço dos beneficiários de planos de saúde está vinculado a operadoras cujas receitas não estão cobrindo as despesas assistenciais, comerciais e administrativas, de acordo com análise feita a partir de dados da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar), destacou matéria do Valor Econômico. Para o setor, a situação é dramática para as empresas menores e deve piorar após a sanção na quarta-feira (21) pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) do projeto de lei que obriga os planos de saúde a arcar com tratamentos que não estejam na lista de referência básica da ANS.
Dados levantados pela Fenasaúde (Federação Nacional de Saúde Suplementar) mostram que, nos últimos 12 meses (encerrados no segundo trimestre deste ano), 267 operadoras de planos médico-hospitalares apresentaram índice combinado superior a 100%. Isso significa que estão no vermelho. Essas empresas cobrem 16,3 milhões de beneficiários, 33% do número total de beneficiários em planos médico-hospitalares. Quase 50% das operadoras de pequeno porte se encontram nessa situação, enquanto 35% das de médio e 27% das de grande porte.
Na comparação com o ano de 2021, houve um aumento de 40% no número de operadoras nessa condição financeira no primeiro semestre de 2022. O aumento continuou progressivo em 2021, e permanece ao longo de 2022. Segundo Vera Valente, diretora-executiva da Fenasaúde, a nova lei vai provocar um efeito dominó nas empresas que já estavam com a saúde financeira comprometida.