Brasília, urgente

‘Vamos incluir o Brasil na medicina de precisão’, diz Criadora do Genoma do Brasil

NK Consultores – À frente da startup Gen-t, que busca aplicar a tecnologia à genética, a professora e pesquisadora Lygia da Veiga Pereira tem em mente uma causa ambiciosa e vital: inserir a população brasileira na era da medicina de precisão – que investiga problemas de saúde a partir da genética e leva a diagnósticos muito mais completos e exatos, destacou entrevista publicada pelo Estado de S. Paulo. Isso passa pelo sequenciamento dos genomas de 200 mil brasileiros. E levará à criação de um banco de genomas “abrasileirado”, de uma sociedade que resultou da miscigenação de europeus, indígenas e africanos.

Esse desafio é o “ponto de chegada” de uma longa preparação. Bacharel em Física pela PUC do Rio, Lygia é Ph.D em Genética Humana pela Mount Sinai School of Medicine, de Nova York, e, entre outros trabalhos, ajudou a produzir os primeiros camundongos transgênicos do Brasil em 2001. “A demanda por diversidade, nessa questão dos genomas, tem crescido muito – e o Brasil tem grande contribuição a dar graças à miscigenação, à ancestralidade indígena e africana”, ressalta a pesquisadora, lembrando que os bancos de genética europeus e americanos só têm pesquisa sobre populações brancas. Perguntada se essa seria uma iniciativa de governo ou privada ela respondeu que os dois lados se complementam. “O Programa Genomas do Brasil começou privado.

Em 2019, o Ministério da Saúde encampou. Há empresas atuando nesse nosso modelo do Gen-t. O desafio, lá fora, é encontrar pessoas de ancestralidade não europeia. É bom lembrar que 50% dos africanos que foram escravizados em seus países vieram para o Brasil, se misturando com europeus e indígenas. Um território farto e inexplorado de genomas. E com isso a gente está começando a incluir a população brasileira na medicina de precisão. Enquanto não conhecermos a genética do brasileiro, não teremos como nos beneficiar das maravilhas dos atuais diagnósticos preditivos. E desperdiçamos recursos públicos por falta de diagnósticos mais precisos”, explicou. Para ler a entrevista, clique aqui.    


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