Exercício físico tem suas limitações e não pode ser o único meio para a perda de peso
A medicina esportiva foi tema da mesa redonda promovida pela Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte. A palestra teve como conteúdo os fatos e os mitos da relação entre a obesidade e o emagrecimento com os exercícios físicos, a aptidão física e a avaliação médica para a prática.
Muita gente se aproveita de a obesidade ser uma pandemia para vender milagres, principalmente nas redes sociais. Por isso a necessidade de desmistificar algumas informações compartilhadas na internet com o objetivo de alertar aos médicos sobre os atalhos para o emagrecimento que são apresentados a seus pacientes pelas mais diversas fontes inadequadas e profissionais sem capacidade e conhecimento técnicos necessários.
“O exercício físico tem suas limitações e não pode ser o único meio para a perda de peso, deve fazer parte de um plano maior de mudança de estilo de vida. Sozinho, ele não alcança os seus resultados e tem como uma das consequências a frustração”, Dr. Fernando Carmelo Torres, Presidente da Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte.
Ao invés de buscar o exercício ideal seguindo interpretações e recomendações equivocadas, o ideal é buscar o balanço calórico negativo, entre o gasto nas atividades físicas e o consumo na alimentação. “Por exemplo, buscar um gasto de 3000 kcal e consumo de 2.500 kcal. Essa diferença negativa, essas 500 kcal que a pessoa ficou “devendo” será metabolizada pelo repouso”.
“A perda de peso que pode ser atingida por um programa de exercícios, isoladamente, é mais limitada do que a obtida pela restrição calórida. No entanto, o exercício representa efeitos benéficos independentes da perda de peso e pode ser um complemento importante para outras estratégias”, finaliza o palestrante ao citar o que afirmação publicada pela National Institutes of Health, em 1992.
Dr. Marcelo Bichels Leitão, Diretor do IEMEX – Instituto de Endocrinologia e Medicina do Exercício em Curitiba (PR) dá continuidade à apresentação e inicia falando sobre a falta de conteúdo sobre atividade física como uma deficiência na formação médica e elenca uma série de estudos que mostram a aptidão cardiorrespiratória (ACR) como um preditor de mortalidade, sendo que, nas pessoas que tem a ACR mais elevada há uma proporção positiva em sua expectativa de vida e menor risco de morte por causas como AVC.
Por outro lado, o palestrante destaca a importância da avaliação médica para a prática de exercícios físicos, principalmente os de alta intensidade, já que, naquele momento da atividade, o risco de um infarto do miocárdio é aumentado. Contudo, a ciência já aponta que com a regularidade, esse risco vai diminuindo até se tornar muito pequeno e a prática ter mais benefícios do que pontos de atenção.
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