“O Aneurisma de Aorta é a 10ª causa de morte em homens a partir dos 65 anos”, destaca Dr. Armando de Carvalho Lobato – AMB

“O Aneurisma de Aorta é a 10ª causa de morte em homens a partir dos 65 anos”, destaca Dr. Armando de Carvalho Lobato

O 3º Congresso de Medicina Geral da AMB também teve uma mesa redonda para a angiologia e cirurgia vascular que trouxe discussões relevantes sobre condições vasculares, priorizando três patologias. A aneurisma de aorta, abordando as principais estratégias para diagnóstico e manejo dessa condição crítica, varizes de membros inferiores, detalhando as opções de tratamento e as implicações para a qualidade de vida dos pacientes, e lipedema com seus desafios no diagnóstico e as opções terapêuticas para essa condição, que afeta principalmente as mulheres e é frequentemente confundida com outras doenças. O painel teve coordenação do Dr. Nerlan Tadeu Gonçalves de Carvalho, que é 2º Vice-Presidente da AMB.

Aneurisma de Aorta

Dr. Armando de Carvalho Lobato, Presidente Nacional da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV), Desenvolvedor da Técnica de Sanduíche para tratamento dos aneurismas da aorta e da Técnica Lobato para tratamento da dissecação aórtica tipo B, abriu sua colaboração com o tema destacando que “o aneurisma de aorta é a 10ª causa de morte em homens a partir dos 65 anos”.

O especialista apresentou estatísticas de incidência e prevalência que revelam que 35 milhões de pessoas em todo o mundo são afetadas pelo aneurisma de aorta, sendo esse grupo composto por indivíduos com idades entre 30 e 79 anos, o que corresponde a 0,9% da população mundial nessa faixa etária. “Uma prevalência baixa, mas que causa muitas mortes, por isso é crucial o cuidado e a indicação cirúrgica”, afirmou.

Além disso, ressaltou que a doença ocorre com maior frequência em homens, com uma mulher afetada para cada quatro homens. Também é sabido que há uma incidência maior entre os tabagistas e nos países ocidentais.

Varizes de membros inferiores

“Ninguém morre de varizes, mas elas são uma das principais causas de afastamento do trabalho, ou seja, têm um impacto econômico muito grande.” Com essa afirmação, o Dr. Ronald Luiz Gomes Flumignan, Diretor Científico da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular, Professor Adjunto Livre-Docente e Coordenador de Ultrassom Vascular na Escola Paulista de Medicina, iniciou sua palestra.

O especialista explicou que as varizes são uma doença venosa crônica, que, nos casos mais agressivos, é conhecida como insuficiência venosa crônica, quando se apresentam com edemas e úlceras. Além disso, dedicou parte de sua fala para apresentar novas técnicas e tecnologias para intervenções cirúrgicas, por exemplo, o uso de fibras e comprimentos de ondas, laser transdérmico, ultrassom, elastografia e fotobioestimulação, a fim de alcançar melhores resultados, entre outros métodos operatórios.

Lipedema

“Não é uma doença recente; o primeiro diagnóstico como uma síndrome específica não relacionada à obesidade ocorreu na década de 40. No entanto, isso não foi compartilhado com a Organização Mundial de Saúde (OMS); aconteceu apenas em 2018, e a doença ganhou seu CID em 2019. Somente em 2022, esse código foi ativado e divulgado mundialmente”, explica o Dr. Armando de Carvalho Lobato.

O médico apresentou a definição da doença: “o lipedema é uma doença crônica e progressiva do tecido adiposo, caracterizada pelo acúmulo simétrico e desproporcional de gordura subcutânea, com predileção por membros inferiores e, em menor proporção, pelos braços. Pés e mãos são poupados.”

Destacou também que a doença afeta quase exclusivamente as mulheres, representando de 90% a 98% dos casos, e que não responde de forma significativa a dietas ou exercícios. Ou seja, não se trata de uma obesidade simples. Além do comprometimento estético, o lipedema está associado a dor crônica e a efeitos negativos na autoestima.