“A clínica é soberana pois é ela que elege o paciente que possui a necessidade cirúrgica”, diz Fabio Antonio Volpe na mesa redonda sobre cirurgia pediátrica

Durante a Mesa Redonda de Cirurgia Pediátrica, o Dr. Fabio Antonio Perecim Volpe abordou sobre o “Diagnóstico precoce e manejo clínico cirúrgico das obstruções intestinais no período neonatal”. Segundo ele, toda vez que se fala em obstrução intestinal neonatal é importante falarmos que temos que considerar o pré-natal. Sabemos que há ultrassom morfológico para saber a vitalidade e reconhecer dados que possam insinuar alguma possível obstrução previamente dita.
Um exame importante é a radiografia simples, que pode ser realizada à beira leito e pode identificar se a obstrução é alta ou baixa. Para falar de manejo clínico, é preciso falar de diagnóstico. “Só é bem tratado aquilo que for diagnosticado corretamente”, diz. “Precisamos das medidas iniciais para que a obstrução não aumente”.
Dr. Luiz Donizete Stracieri trouxe ao evento o tema “Urgências cirúrgicas não-traumáticas nas crianças” e, segundo ele, é importante discutir aspectos que classifiquem a gravidade das doenças e justifiquem a necessidade de intervenção. “É preciso discutir algumas urgências mais frequentes para que o paciente seja tratado em tempo hábil”, disse.
Segundo ele, é importante fazer uma boa observação clínica, com uma boa história e exame físico. “Vamos ouvir mais, avaliar mais os pacientes”, comentou. “Pacientes com diarreias geralmente têm por serem consequentes, relacionadas a alguns diagnósticos, como apendicite aguda, por exemplo. Feito isso, parte-se para os exames laboratoriais necessários.
Para o Dr. Luís Felipe de Araújo Campos que tratou sobre “Manejo clínico cirúrgico das pneumonias complicadas em crianças”, a pneumonia complicada é aquela que tem um derrame, seja ele grande ou pequeno. Além disso, quando há um abcesso pulmonar, que é a pneumonia necrosante, na qual o paciente fica com furo parecendo “queijo suíço”. “São pneumonias complicadas com tratamentos e soluções diferentes, podendo até ser cirúrgica, apesar de ser esta uma minoria”, explicou.
No caso da pneumonia com derrame pequeno, o tratamento na maioria das vezes é feito com antibiótico, além de oxigênio suplementar, nutrição adequada, correção dos distúrbios hidroeletrolíticos, fisioterapia e suporte em terapia intensiva, sendo que cada paciente é único e tem a sua própria evolução. No caso do derrame pleural, é preciso desencarcerar o pulmão, seja com drenagem ou com a videolaparoscopia.
Por fim, os especialistas frisaram a importância do exame físico inicial, pois em muitas vezes há um diagnóstico claro já no exame físico e, quando encaminhado ao exame, vem o resultado no limite, inconclusivo. “A clínica é soberana pois é ela que elege o paciente que possui a necessidade cirúrgica”, conclui Dr. Fabio Volpe.