AMB DENUNCIA DEPUTADO DAGOBERTO NOGUEIRA AO CONSELHO DE ÉTICA DA CÂMARA
A Associação Médica Brasileira em nome dos médicos do Brasil, entrou com uma denúncia no Conselho de Ética da Câmara, em repúdio ao discurso proferido pelo deputado federal Dagoberto Nogueira (PDT/MS), em sessão da Câmara de Deputados dia 26/11 às 22h26min, no qual se referiu de forma ofensiva e caluniosa aos médicos, por diversas vezes chamando a categoria de “máfia branca”.
Os médicos brasileiros e medicina que praticam tem reconhecimento mundial e são protagonistas em discussões internacionais sobre saúde. Em reconhecimento a isto hoje temos o presidente da AMB como presidente da Confederação Médica Ibero-Latina-Americana e do Caribe (Confemel) e um dos diretores da AMB, Miguel Roberto Jorge, como presidente da Associação Médica Mundial (WMA), que representa 10 milhões de médicos, além de diversos outros diretores fazerem parte de comitês destas entidades.
Escolhemos a profissão e, fiéis à nossa escolha, submetemo-nos a exaustivas horas de estudo desde a graduação, a especialização e a constante atualização, com o objetivo de zelar pela saúde das pessoas e salvar vidas, empregando para tanto todos os recursos que tivermos disponíveis, não permitindo que idade, doença ou incapacidade, credo, origem étnica, gênero, nacionalidade, filiação política, raça, orientação sexual, posição social ou qualquer outro fator se interponha entre o nosso sagrado dever e o nosso paciente.
Temos defendido que, com as flexibilizações na realização do Revalida, teremos impactos imediatos e danos e prejuízos exponencias ao longo do tempo para a saúde brasileira e para os recursos do SUS. Hoje há cerca de 60 mil estudantes de medicina nos países de fronteira com o Brasil, além de mais de 20 mil formados que retornaram ao país, que estudam/estudaram em algumas faculdades tão precárias que sequer são reconhecidas no país de origem.
Médicos mal formados, além de apresentarem dificuldades em fazer diagnósticos, retardando tratamentos e podendo, inclusive, gerar sequelas e danos irreparáveis aos pacientes, sobrecarregam o sistema pela insegurança, exigindo mais exames e prolongando internações ou realizando internações desnecessárias ou que se tornaram necessárias pelo retardo do diagnóstico.
Ao defendermos estes princípios somos chamados de “máfia branca”. Assim, entramos com uma denúncia no Conselho de Ética da Câmara, pois não há como aceitar que sejamos insultados de forma tão injuriosa pelo deputado, quando nossa defesa é a defesa da saúde brasileira e do atendimento à população.