AMB terá Comissão da Diversidade para fortalecer a equidade na assistência à saúde no Brasil

Com o intuito de iniciar os estudos para a criação de uma Comissão de Diversidade, a diretoria da Associação Médica Brasileira recebeu, na tarde desta segunda-feira (15), a diretora executiva da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), Dra. Marisa Madi, e o coordenador do Grupo de Pesquisa em Saúde da População Negra da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), Dr. Júlio César de Oliveira, para debater e oferecer conhecimentos e expertise sobre o tema. 

“Em julho deste ano, tive a oportunidade de participar do Workshop Diversidade na Oncologia, realizado por meio da SBOC, sociedade pioneira no Brasil em executar este tipo de ação, engajada nas principais lutas pela defesa da boa assistência à população. A ideia é que a AMB crie a sua Comissão da Diversidade para que possamos fortalecer a equidade na assistência à saúde no nosso país. Somos uma nação plural, diversa. E todos os cidadãos merecem receber tratamento de qualidade, com atenção e respeito”, destacou o Dr. César Eduardo Fernandes, presidente da AMB.

Durante o encontro, a diretora executiva da SBOC parabenizou à AMB pela iniciativa e falou sobre a importância da criação de uma comissão para tratar desses assuntos relacionados à diversidade e às minorias. E o enfoque principal dessa comissão é as diferenças de desfecho clínico que as minorias têm sofrido. 

“Essa iniciativa da AMB é extremamente importante porque isso não se restringe somente à área de Oncologia Clínica. A gente vê essa situação em todas as especialidades médicas. Fico muito feliz que uma iniciativa da Sboc tenha inspirado a criação dessa comissão aqui, e estamos à disposição para contribuir nessa estruturação”, pontuou Marisa.

À frente do Grupo de Pesquisa em Saúde da População Negra da FMUSP, o professor e doutor Júlio César apresentou o estudo feito por sua equipe sobre Racismo na Assistência à Saúde, em que pontos como conceito de raça, determinantes sociais de saúde e racismo institucional são abordados. 

Para o pesquisador, é preciso entender que as discriminações impactam e pioram o desfecho de saúde para todas populações que são minorias ou que são grupos minorizados. 

“Precisamos pensar também em grupos minorizados, que têm os piores desfechos em saúde no Brasil, a exemplo das mulheres negras. A gente está numa fase de disseminação dessas informações. É um conhecimento dentro da discussão da área de saúde ainda incipiente. Então, quando contamos com a parceria de uma instituição como a AMB para potencializar esse debate, damos um passo importantíssimo para que possamos entender a razão para essas populações terem os piores desfechos de saúde, e atuarmos juntos para melhorar esse cenário”, explicou Júlio.

Assessoria de Comunicação da AMB