Apneia obstrutiva pode se tornar um fator de risco para o surgimento de doenças cardiovasculares

Ao iniciar a mesa-redonda sobre Pneumologia e Tisiologia, Dr. Renato Prescinotto, que debateu o tema ‘Ronco e Apneia – Diagnóstico e Manejo da Apneia Obstrutiva do Sono’ explicou que o paciente com apneia obstrutiva do sono apresenta colapso ou estreitamento da VAS e, com todo ciclo de fragmentação do sono causada por ela, acaba gerando desde sonolência diurna até se tornar um fator de risco de doenças cardiovasculares.
No quadro clínico, é possível graduar essa sonolência por tudo que o paciente conta. Com isso, é feito a graduação das tonsilas palatinas, que variam de grau I ao IV e um dos principais tratamentos é com o uso do CPAP. Para tal, é feito o exame de polissonografia, não podendo ser com sono induzido, e, através dele, é feito um estudo objetivo de uma noite inteira de sono. Após isso, o tratamento é feito com higiene de sono, controle de peso, evitar álcool, cuidado com algumas medicações e manejo da posição de dormir, não recomendando a “de barriga para cima”.
Há, ainda, em alguns casos a indicação de aparelho intraoral, feito por um dentista, que consegue diminuir o colapso. Para outros, existem indicações de cirurgias nasais e faríngeas.
Já ao tratar “Diagnóstico e manejo das apenais centrais na pneumologia”, Dr. Pedro Rodrigues Genta explicou que cada indivíduo tem um limiar de apneia. Ao abordar apneia central, ele explicou que não há um gatilho para se tratar, mas é importante considerar que quando o índice é baixo não há grande relevância.
Conforme explica, o paciente que tem insuficiência cardíaca, por exemplo, pode ter apneia central ou apneia obstrutiva conforme exame da polissonografia. Quando se pensa em usar CPAP, os indivíduos com respiração Cheyne-Stokes podem ou não responder ao tratamento e, aos que não respondem, a indicação é retirar o CPAP.
Ao falar ‘Quando e como indicar o uso do CPAP’, o Dr. Paulo Afonso Mei, médico neurologista, explicou que no caso da Apneia Obstrutiva do Sono o aparelho é o principal tratamento. Segundo ele, ao ser feita a polissonografia basal que confirma a apneia, pode-se fazer um segundo exame para se certificar sobre a apneia. Neste segundo exame, inicia-se a pressão e às vezes não é recomendado o uso do CPAP.
Ainda de acordo com o Dr. Paulo, há um exemplo de protocolo para pacientes que não se sentem confortáveis ao saber que necessitam usar o CPAP. Há algumas alternativas, inclusive a cirurgia com intervenção em ossos e/ou partes moles, mas o CPAP é o padrão-ouro para AOS moderada/grave em adultos.