Atestado de Descrédito -Reflexão sobre as Fake News de um senhor chamado Edmar - AMB

Atestado de Descrédito -Reflexão sobre as Fake News de um senhor chamado Edmar

Já se vão cerca de 70 anos. Foi quando eu, um menino em Martinópolis, interior de São de Paulo, abracei a convicção de que a verdade, o caráter e a honra são parceiros de jornada das chamadas pessoas de bem. Valores herdados dos meus pais. Valores nunca esquecidos e praticados durante toda minha vida.

Nobreza de caráter é incompatível com falsos testemunhos. É, concomitantemente, cultivar a honradez e ter a lisura de respeitar a honra do próximo. Chegamos assim, outra vez, à verdade, sem a qual não há caráter nem honradez.

O óbvio, por vezes, precisa ser reafirmado, pois nem a todos o é. Dias atrás, vi um jornalista abrindo sua reportagem em meio a amplo gramado de um parque com a argumentação de que a grama é verde. Óbvio, como todos sabemos.

O fato de alguém induzir outros a pensarem que ela é de cor distinta ou mesmo de uns (ou muitos) se deixarem levar pela crença de que ela é azul, por exemplo, não muda a verdade: a grama é e continuará sendo verde.

Hoje, já não me resta muito do garoto de Martinópolis, um apaixonado pela leitura, pelos livros. Do prazer de ler, de aprender, da sede de conhecimento, nasceu-me a consciência de que nada é mais recompensador do que ver o outro bem, de colaborar nesse sentido.          

Por mérito e por felicidade, graduei-me em Medicina. Foi na Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, na qual fiz Residência em Ginecologia e Obstetrícia, mestrado e doutorado em Tocoginecologia. Muita saudade daqueles tempos. Adiante, com muita honra, recebi, após concurso público, o título de Professor Livre Docente pela também prestigiada Faculdade de Medicina da  Universidade da Bahia.

Tenho décadas dedicadas aos cuidados à saúde e à vida de minhas pacientes, às quais sempre agradeço em preces, como agradeço por minha família, pelos amigos e às benesses concedidas por Deus. Aliás, também adiciono, com orgulho, décadas trazendo à luz distintas gerações com o meu trabalho de médico parteiro em incontáveis noites não dormidas exercendo a nobre arte de partejar.  Muitas vidas vieram ao mundo por minhas mãos. Uma graça para mim!

Atualmente, me alegro em poder transmitir conhecimentos aos meus alunos graduandos de medicina, de pós-graduação e aos meus residentes no exercício da atividade docente como professor titular concursado de Ginecologia da minha querida Faculdade de Medicina do ABC (FMABC). Com isto, me sinto realizado por ter formado algumas gerações de médicos, de especialistas, de mestres, de doutores e de cientistas pesquisadores.

Por outra parte, participo com muito entusiasmo e determinação, voluntariamente, sem qualquer ganho ou remuneração, do movimento associativo de minha atividade profissional, trabalhando/lutando por Medicina de excelência, por valorização profissional dos médicos, por saúde de qualidade aos cidadãos.

Já estive presidente da Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo (Sogesp), entre 2010 e 2013, e da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), de 2016 a 2019.

Neste exato momento, estou presidente da Associação Médica Brasileira (AMB) por eleição direta dos meus pares médicos associados da AMB sendo eleito com mais de 60% dos votantes que, através deste pleito, decidiram por mudar os rumos da AMB. Quero, por oportuno, registrar que a AMB sempre mereceu enorme respeito da comunidade médica e da população brasileira. Somos guardiões de sua nobre história e tudo faremos para engrandecê-la. Qualquer agressão ou manifestação caluniosa feita à nossa instituição merecerá de nossa diretoria as medidas cabíveis visando eventuais reparos quando couberem.

Além das responsabilidades inerentes ao exercício do meu cargo de presidente da AMB, integro com muita motivação e determinação o Comitê Extraordinário de Monitoramento Covid-19 – CEM COVID_AMB. Este comitê congrega um seleto grupo de especialistas voltados ao tema e se propõe a acompanhar durante esta grave crise sanitária a evolução da pandemia e a emitir notas aos profissionais de saúde e a população com base nas melhores evidências científicas existentes.

Nesta altura da minha vida, decano que sou, me permito fazer tudo o que faço por prazer e amor. Guiam-me a consciência em paz e a boa escolha de prosseguir, humildemente, a trajetória iniciada lá atrás, em Martinópolis, quando cheguei à conclusão de que a verdade, o caráter e a honra são parceiros de jornada, como pontuei ao iniciar essa reflexão.

Refletir assim, em público, é o caminho mais sensato que encontrei para responder aos ataques aleivosos e às afirmações inverossímeis das quais fui vítima alguns dias atrás por parte deste senhor Edmar Fernandes de Araújo Filho – pessoa que logo entenderão a que vem.

Não farei aqui o deprimente papel de levantar falsos testemunhos, mentir ou atacar a honra de meu detrator com calúnias e invencionices, diferentemente do que ele fez contra mim. Tratarei somente de fatos. São mais do que suficientes para mostrar quem é o senhor que me dirigiu inverdades, grosserias e calúnias.

Para começar, faço questão de desmontar a farsa criada pelo Dr. Edmar sobre eu ter ligações políticas, preferências partidárias e ideológicas. Recorro a palavra forte, mas é a melhor:

Mentira, meu senhor! Jamais tive quaisquer ligações do gênero. Meus princípios e valores são meu único partido.

Hoje em dia, a Internet permite a checagem de absolutamente tudo. Portanto, lá temos minha história, para quem quiser verificar. Há também a história de Edmar Fernandes, nome com o qual assina artigos truculentos, talvez ansiando que lhe deem palco.

Além de articulista, médico, sindicalista e criador de fake News, Edmar Fernandes de Araújo Filho, é político profissional. Em recente eleição bem que cobiçou uma vaga parlamentar na Câmara Municipal de Fortaleza. Mirava a vereança.

Portanto, quem está a mando e defendendo interesses partidários não eu. Está registrado, para que ninguém se deixe enganar. Sábio é o povo de Fortaleza que a Edmar Fernandes impingiu fragorosa derrota. Teve pouco mais de mil votos, um atestado de descrédito.   

Por fim, quero dizer algo muito simples, eu sou César Eduardo Fernandes com a minha história e ele é Edmar Fernandes de Araújo Filho com a história dele. Simples assim. Confiem na narrativa que lhes parecer a mais confiável, isenta, bem intencionada, proba, digna, transparente e respaldada pela verdade e pela história de cada um. Cabe este julgamento ao leitor e ao meu colega médico. Estes sim, nossos verdadeiros juízes e senhores da razão.

Respeitosamente,

Prof. Dr. César Eduardo Fernandes

Presidente da Associação Médica Brasileira (AMB)