Avanços e decisões estratégicas no tratamento da doença coronariana – AMB

Avanços e decisões estratégicas no tratamento da doença coronariana

Em mais uma jornada de aprofundamento clínico e atualização científica, especialistas renomados se reuniram para discutir os principais desafios práticos no manejo da síndrome coronariana aguda. A programação contemplou temas centrais para o dia a dia da cardiologia, como a escolha entre trombólise e intervenção coronária percutânea, o uso racional de antiplaquetários e a indicação da revascularização cirúrgica.

A mesa foi coordenada pelo Dr. José Rufino Costa dos Santos, presidente da Sociedade Médico-Cirúrgica do Pará; Dr. Paulo Ricardo Avancini Caramori, presidente do Conselho Administrativo da Sociedade Brasileira de Cardiologia; e Dr. Sérgio Tavares Montenegro, chefe da Unidade de Doença Coronária do PROCAPE da Universidade de Pernambuco.

Dr. Rui Fernando Ramos, cardiologista formado pela Universidade de São Paulo, abriu a sessão com uma aula sobre a tomada de decisão entre a trombólise e a intervenção coronária percutânea (ICP), esta última com uma taxa de sucesso superior a 90%. O especialista também abordou os cuidados pós-intervenção, enfatizando a importância da conduta clínica nos momentos que sucedem o procedimento.

Utilização de antiplaquetários com e sem intervenção percutânea

“Quanto maior a atividade plaquetária, maior a mortalidade do paciente”, alertou Dr. Marcelo José de Carvalho Cantarelli, cardiologista intervencionista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, Rede Américas de Hospitais e Hospital Santa Catarina, ao iniciar sua apresentação sobre o uso de antiplaquetários em diferentes contextos clínicos.

O especialista destacou os benefícios da aspirina e de outros fármacos anti-isquêmicos, como ticagrelor, clopidogrel e prasugrel, analisando suas indicações conforme o risco de sangramento e a presença ou não de intervenção percutânea.

Como suporte à aula, o palestrante apresentou uma tabela comparativa com diferentes cenários clínicos, as combinações terapêuticas mais indicadas, o tempo recomendado de uso dos antiplaquetários e alternativas possíveis. A apresentação reuniu dados atualizados de estudos clínicos para apoiar a prática baseada em evidências.

Intervenção percutânea e cirurgia de revascularização

Dr. Ricardo Pavanello, membro do Conselho Administrativo e de Relações Internacionais da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), fez um panorama histórico da evolução das técnicas de revascularização miocárdica, tanto cirúrgicas quanto percutâneas.

A seguir, discutiu os critérios de escolha entre os dois métodos, reforçando a importância da avaliação clínica, funcional e fisiológica, bem como a utilização de escores de risco internacionalmente validados.

“O entendimento anatômico do vaso e a magnitude da doença são fundamentais para indicar o melhor procedimento. Cada caso precisa ser individualizado com base em uma investigação detalhada”, enfatizou o especialista.

Finalizou sua aula com uma reflexão prática: apesar das muitas recomendações e diretrizes internacionais, todas estão facilmente acessíveis online, uma forma de incentivar os profissionais a se manterem atualizados com base nas melhores evidências disponíveis.