Brasil tem 109 mortes registradas por dengue em 2025; São Paulo lidera com 87 óbitos – AMB

Brasil tem 109 mortes registradas por dengue em 2025; São Paulo lidera com 87 óbitos

Na última semana, a Secretaria Municipal da Saúde e a Coordenadoria de Vigilância em Saúde divulgaram que a primeira morte por dengue na cidade de São Paulo foi de uma criança de 11 anos. A menina, moradora do bairro de Ermelino Matarazzo, localizado na Zona Leste da capital paulista, faleceu no dia 30 de janeiro e o seu óbito foi investigado pelo Instituto Adolfo Lutz.

Até a sexta-feira, 14 de fevereiro, São Paulo contava com mais de 168 mil casos prováveis, segundo os dados do Painel de Monitoramento das Arboviroses, elaborado pelo Ministério da Saúde. O estado acumula 87 óbitos, de modo que outras 210 mortes seguem em investigação epidemiológica.

O perfil dos casos prováveis demonstra que a doença vem afetando mais mulheres (55%) do que homens (45%). Para o sexo feminino, a faixa etária mais afetada vem sendo a dos 40 aos 49 anos, ao passo que a arbovirose vem acometendo o sexo masculino entre os 20 e 29 anos. Em relação à raça/cor dos pacientes registrados como casos prováveis, a análise indica que 64,4% se autodeclaram brancos, 19,6% pardos e 4% pretos.

Brasil

No Brasil, o número de casos prováveis já ultrapassa os 287 mil, com coeficiente de incidência de 135,2 a cada 100 mil habitantes. As unidades federativas com os maiores coeficientes de incidência se dividem entre Acre, com 5.185 casos (588,8/100 mil habitantes); São Paulo, 168.185 casos (365,8/100 mil habitantes); Mato Grosso, 11.957 casos (311,7/100 mil habitantes); Goiás, 15.682 (213,4/100 mil habitantes); e Minas Gerais, 32.248 casos (151,2/100 mil habitantes).

Já os casos de dengue grave e com sinais de alarme foram registrados em São Paulo (1.849), Goiás (478), Minas Gerais (355), Paraná (166) e Espírito Santo (110). Os óbitos, por sua vez, totalizam 109 até o momento e se dividem entre 87 falecimentos em São Paulo, cinco em Goiás, quatro em Minas Gerais, três no Paraná e no Rio de Janeiro, dois no Mato Grosso e um no Acre, Amapá, Bahia, Mato Grosso do Sul e Pará. Outros 300 seguem em investigação.

O perfil dos casos prováveis de dengue notificados no Brasil indica que 55% são pacientes do sexo feminino e 45% do sexo masculino. A faixa etária mais afetada pela arbovirose vem sendo a dos 20 aos 29 anos, tanto para mulheres quanto para homens. Sobre a raça/cor, 50,3% dos enfermos se autodeclaram brancos, 33,1% pardos e 4,6% pretos.

Vacinação

O Sistema Único de Saúde vem disponibilizando a vacina da dengue, a Qdenga, produzida pela farmacêutica japonesa Takeda – para crianças e adolescentes de 10 a 14 anos – faixa etária mais suscetível aos casos graves e óbitos ocasionados por dengue. No entanto, o índice pela procura ao imunizante vem sendo restrito. Exemplo disso é que entre fevereiro de 2024 e janeiro de 2025, das mais de 6,3 milhões de doses distribuídas, somente 3,2 milhões delas foram aplicadas.

Profissionais de Saúde salientam a importância de os grupos prioritários tomarem a vacina, fornecida gratuitamente pelo sistema público, e reforçam a preocupação com o sorotipo 3 da dengue, em circulação atualmente no País, que aumenta a predisposição à infecção.

A Takeda estima que em 2025 sejam adquiridas mais 9 milhões de doses para a vacina Qdenga. No entanto, à Agência Brasil, o Ministério da Saúde informou que por conta da baixa disponibilidade para aquisição da vacina, campanhas de imunização não vêm sendo a principal estratégia do Governo, que está focando na intensificação do controle vetorial do Aedes aegypti, reforçando as medidas de prevenção por meio do lançamento do Plano de Ação para Redução da Dengue e Outras Arboviroses, além da reinstalação do Centro de Operações de Emergência em Saúde (COE), que visa estimular o monitoramento das arboviroses no País.

No caso da menina de 11 anos que faleceu por conta da dengue, a Secretaria Municipal de Saúde afirmou, em nota, que “não consta registro de vacina de dengue na rede municipal de São Paulo pelo Sistema Integrado de Gestão de Assistência (Siga) para a criança”.

A vacina vem mostrando eficácia satisfatória e segurança de 80,2% na prevenção contra os casos e 90,4% contra as hospitalizações, segundo dados da revista científica The Lancet. 

Demais arboviroses

Nesta semana, no dia 11 de fevereiro, São Paulo registrou a primeira morte por Chikungunya de 2025. A vítima, um homem diabético de 60 anos, faleceu no município de Tupã, interior do estado. Ao todo, SP já conta com 3.523 casos prováveis e 1.064 casos confirmados. Outras 2.549 notificações e cinco óbitos seguem em investigação.

No Brasil, há o registro de 22.115 casos prováveis por Chikungunya. Quatorze óbitos ocasionados pela arbovirose foram registrados até o momento, enquanto outras 18 mortes estão sendo investigadas.

Sobre o Zika Vírus, as atualizações do Painel de Monitoramento indicam que há 447 casos prováveis em todo o País, ao passo que, até o momento, não houve nenhum óbito pela doença registrado.

Em relação à febre amarela, nesta sexta-feira, o estado de São Paulo alcançou 11 casos autóctones – sendo que oito deles resultaram na morte dos infectados. Dos pacientes falecidos, nenhum era vacinado.

Fonte: APM