Diagnóstico é diferencial para a tratamento e cirurgias de mão

A Dra. Marcela Fernandes, supervisora da residência médica de Cirurgia da Mão da Unifesp, foi a primeira a palestrar na mesa-redonda que abordou a especialidade Cirurgia gira de Mão no primeiro do Congresso de Medicina Geral (CMG) da AMB . Ela destacou que a síndrome do Túnel do Carpo afeta aproximadamente 2,7% da população, sendo mais comum em mulheres, especialmente a partir dos 50 anos. Isso se deve, em parte, ao fato de o túnel do carpo ser anatomicamente mais estreito nas mulheres, o que favorece a compressão do nervo mediano, além de condições como diabetes e gravidez que também aumentam o risco de desenvolvimento da síndrome. Ainda ressaltou a importância do diagnóstico como um diferencial para a determinação da enfermidade, afinal, primeiro descartar outras possibilidades, como a fibromialgia e tratá-la, pois exames complementares, como a eletroneuromiografia, podem ser utilizados em casos específicos, mas não são obrigatórios para fechar o diagnóstico na maioria das vezes.
Abordando um tema atual, Dra. Daniele Tiemi Simão, membro titular da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT) e da Sociedade Brasileira de Cirurgia da Mão e Microcirurgia (SBCM), explicou que o Dedo em Gatilho é causado por inflamação nos tendões dos dedos, levando ao travamento do movimento. Pode ocorrer em adultos e crianças, inclusive em casos ligados à paralisia obstétrica. O uso excessivo de telas tem sido um fator de risco, especialmente entre os pequenos, que só percebem o problema quando os sintomas já estão evidentes. O tratamento pode incluir infiltração com corticoide, com boa resposta, e, em casos mais graves, cirurgia.
Já o Dr. Álvaro Baik Cho, membro titular da SBCM e da SBOT, explicou que a paralisia obstétrica do plexo braquial é uma lesão que ocorre durante o parto, afetando os nervos que controlam o movimento do braço do bebê. A recuperação pode ser espontânea em muitos casos, mas quando não há melhora nos primeiros meses, é essencial avaliar a necessidade de cirurgia. O tratamento precoce, com fisioterapia e acompanhamento especializado, é fundamental para a reabilitação.
Teng Hsiang Wei, coordenador do Núcleo de Mão e Microcirurgia do Hospital Sírio-Libanês, finalizou a mesa-redonda afirmando que a cirurgia da mão exige precisão e sensibilidade, pois trata diretamente da funcionalidade que impacta a autonomia do paciente. “Discutir esses temas em um congresso multidisciplinar como o CMG é essencial para promover um cuidado cada vez mais integral e qualificado.”