Diretor científico da AMB relata preocupação sobre os modelos atuais de formação de especialistas no Brasil
A segunda palestra da tarde foi apresentada pelo diretor científico da Associação Médica Brasileira (AMB), Dr. José Eduardo Lutaif Dolci, que falou sobre o tema ‘Modelos de Formação de Especialistas no Brasil’.
Em sua participação, Dr. Dolci apontou sobre os recursos destinados ao financiamento de bolsas de residência médica por meio de instituições da esfera pública, além de destacar a preocupação da AMB com a oferta de vagas disponíveis nas especialidades, com mais de 33% de ociosidade.
“Hoje temos mais de 70 mil vagas autorizadas voltadas para a residência médica, mas apenas 46 mil estão ocupadas. É preocupante a falta de interesse e de informação do médico que tem concluído a graduação nos últimos anos, utilizando cursos de pós-graduação para se intitular como um especialista. Precisamos unir forças e buscar estratégias eficazes para que os profissionais da Medicina tirem o seu título de especialista, com o intuito de proporcionar um atendimento de qualidade aos pacientes do nosso país”, alertou o diretor da AMB.
Durante a apresentação, Dr. Dolci ainda falou sobre o papel das sociedades de especialidade na formação dos médicos e pontuou as propostas elaboradas de forma conjunta pela diretoria da AMB, relacionadas à residência médica no Brasil.
Entre elas, o teste seriado (progresso) para todas as residências, levantamento de todos os centros formadores credenciados pelas sociedades de especialidades médicas, uniformização das avaliações das residências credenciadas pelas sociedades e uma forte fiscalização sobre as “pseudo” residências que se intitulam “cursos de especialização”, sem credenciamento das sociedades.
“Além disso, precisamos discutir a recertificação periódica do título de especialista, a cada 5 anos, através de atualizações, congressos, cursos, publicações, bancas, entre outros”, explicou o diretor científico da AMB.
E o Dr. Dolci fez um questionamento aos presentes. Quais os critérios de avaliação dos serviços credenciados feitos pelo MEC e pelas Sociedades de Especialidades Médicas?
Segundo ele, “o MEC tem seus avaliadores e aqui cabe reflexão sobre o que é oferecido aos avaliadores, com condições, atualmente, longe do ideal. Além disso, a avaliações das sociedades de especialidades tem critérios muito diferentes entre si e, portanto, acho importante a necessidade de uniformização destas avaliações com critérios mínimos”, salientou ele.
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Assessoria de Comunicação da AMB
Fotos: Giovanni Chamberlain