No fim da tarde desta quinta-feira (24/7), a mesa de Endocrinologia e Metabologia foi um dos destaques do Congresso de Medicina Geral da AMB. Com uma abordagem voltada à realidade do consultório, os especialistas trouxeram orientações para o dia a dia dos médicos generalistas nos temas obesidade, diabetes e nódulos de tireoide.
Coordenador da sessão, Dr. Neuton Dornelas Gomes, presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), destacou o papel dos generalistas no cuidado inicial de doenças que, muitas vezes, acompanham o paciente por toda a vida. “Essa troca de conhecimento qualificado contribui para uma prática médica mais resolutiva, principalmente nas áreas de obesidade, diabetes e distúrbios da tireoide, que estão cada vez mais prevalentes na população”, afirmou.
Dr. João Eduardo Nunes Salles, presidente eleito da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) chamou a atenção para a importância de identificar a obesidade ainda em estágios iniciais, antes que os danos à saúde se tornem mais difíceis de reverter. Segundo ele, reconhecer a obesidade pré-clínica permite intervenções mais simples e eficazes, que vão desde mudanças no estilo de vida até o uso de medicamentos, quando necessário.
Um visão prática sobre o manejo do diabetes tipo 2 foi apresentado pelo Dr. Sérgio Atala Dib, chefe da Disciplina de Endocrinologia Escola Paulista de Medicina da UNIFESP. Ele ressaltou que, mesmo sem ser especialista, o médico generalista pode fazer o diagnóstico precoce e iniciar o tratamento, sempre com base em protocolos atualizados. O objetivo, destacou, é evitar complicações e melhorar o bem-estar do paciente a longo prazo.
Fechando a mesa, a Dra. Rosália do Prado Padovani, diretora da SBEM-SP, falou sobre a investigação de nódulos de tireoide, tema que costuma gerar dúvidas. Com base em um estudo de caso, ela explicou quando é realmente necessário investigar mais a fundo, realizar punções ou apenas acompanhar. O recado foi: nem todo nódulo precisa de intervenção, e saber avaliar com critério é fundamental para evitar excessos.
Os especialistas concluíram reforçando a importância do conhecimento acessível e atualizado, que ajuda o médico generalista a tomar decisões mais seguras, humanas e alinhadas com as necessidades reais dos pacientes.