Especialistas defendem o uso de novas tecnologias e terapias na Coloproctologia

Na mesa-redonda de Coloproctologia realizada no primeiro dia da 3ª edição do Congresso de Medicina Geral da AMB, Dr. Olival de Oliveira Junior, presidente eleito da Sociedade Brasileira de Coloproctologia (SBCP), abriu os trabalhos ressaltando a relevância do evento para a formação dos jovens clínicos. “Eventos como este fortalecem a base da medicina, ao aproximar especialistas e clínicos gerais, promovendo atualização, troca de experiências e o crescimento dos profissionais mais jovens.”
Dr. Marcelo Rodrigues Borba, da diretoria da SBPC, destacou que o tratamento das Doenças Inflamatórias Intestinais (DIIs) vem evoluindo significativamente, com foco na personalização do cuidado e na atuação multidisciplinar. Enfatizou a importância do diagnóstico precoce para melhores resultados clínicos e defendeu a integração entre diferentes especialidades, como gastroenterologia, coloproctologia, nutrição e psicologia, para um manejo mais eficaz da doença. Também chamou a atenção para o avanço das terapias, especialmente o uso de medicamentos biológicos e outras novas classes que oferecem alternativas mais eficazes e seguras para casos moderados a graves. Além disso, reforçou que a cirurgia ainda tem papel relevante, mas deve ser considerada com critério, geralmente quando os tratamentos clínicos não surtem o efeito desejado. “O objetivo central é alcançar a remissão sustentada e melhorar a qualidade de vida dos pacientes”, afirmou.
Baseado em evidências e discussões técnica, Dr. Paulo Boarini, titular da SBCP, posicionou-se sem enaltecer o uso do laser como mera inovação midiática, mas avaliando seu real benefício clínico. Para ele, o uso do laser na coloproctologia não é uma moda passageira, mas uma ferramenta com potencial real — sobretudo em procedimentos minimamente invasivos, doenças hemorroidárias e fístulas. No entanto, enfatizou a importância de usar critérios técnico-estruturados, evidência clínica robusta e aplicação da tecnologia individualizada.
Acompanhando as abordagens mais modernas no tratamento de diverticulite aguda, Dr. Arceu Scanavini Neto, coordenador da Pós-Coloproctologia do Hospital Israelita Albert Einstein, informou que as novas técnicas estão cada vez mais seguras e menos invasivas. Atualmente, muitos casos leves podem ser tratados sem antibióticos e sem internação. Já nos casos mais graves, a cirurgia continua sendo necessária, mas com técnicas atualizadas, como a laparoscopia, que facilita a recuperação. Também não é mais obrigatório fazer colonoscopia depois de uma crise leve. O foco atual é tratar de forma mais individualizada, evitando excessos e promovendo uma recuperação mais rápida e eficaz do paciente