Especialista em Anestesiologia reforça que “todo médico generalista precisa ter conhecimento no manejo das vias aéreas” – AMB

Especialista em Anestesiologia reforça que “todo médico generalista precisa ter conhecimento no manejo das vias aéreas”

As boas práticas em Anestesiologia foram protagonistas em um dos encontros da manhã do primeiro dia do 3º Congresso de Medicina Geral da AMB, realizado nesta quinta-feira, 24 de julho. O ciclo de palestras abordou temas fundamentais, como a avaliação preparatória do paciente e o manejo da ventilação após a intubação, com foco em situações clínicas que exigem decisões rápidas e seguras. A mesa foi coordenada pelo Dr. João Zahdi, da Comissão Nacional do Médico Jovem (CNMJ) da AMB.

Dr. Maurício Luiz Malito, que é professor de Anestesiologia na Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, abriu as aulas apresentando informações essenciais que todo médico generalista precisa ter conhecimento para o manejo das vias aéreas. O especialista começa destacando que “antes da decisão da manobra, o foco do médico precisa ser garantir a oxigenação do paciente, ter a certeza de que o oxigênio está chegando até os órgãos vitais”.

Após o alerta, Dr. Malito apresentou os pilares do manejo das vias aéreas: ventilação, intubação traqueal, ventilação de resgate e cricotireoidostomia (acesso mais invasivo); nesta ordem. Ao detalhar cada um dos pilares, fez outro alerta citando dados da literatura médica que, as tentativas de intubação não devem ultrapassar duas vezes, sendo o mas adequado partir para outra técnica imediatamente. E encerrou sua participação destacando que “parece difícil, mas a prática mostra que com treinamento são alcançados excelentes resultados e, se sair do controle, peça ajuda”.

Ventilação após a intubação

Em sua palestra, Dr. Antonio Carlos Aguiar Brandão, diretor-presidente da Sociedade Brasileira de Anestesiologia (SBA) explanou como ventilar um paciente intubado. “O objetivo da ventilação mecânica é garantir a troca gasosa, reduzir o trabalho respiratório (como nos casos de insuficiência respiratória aguda) e permitir estratégias adequadas de proteção pulmonar para reduzir ao máximo as lesões induzidas pelo ventilador”.

Falou também sobre o funcionamento da ventilação mecânica que funciona com pressão positiva, ou seja, expiração passiva pela pressão pulmonar. “Encher o pulmão de ar vencendo a força resistiva das vias aéreas, lembrando que se essa resistência estiver aumentada por algum problema ela fica mais difícil; e a complacência, que também em algumas doenças restritivas pode impor alguma dificuldade”.

Avaliação pré-operatória para médicos generalistas

Apresentar a importância da chamada reabilitação pré-operatória ou pré-reabilitação, foi a colaboração da Dra. Lígia Andrade da Silva Telles Mathias, professora titular pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo.

“Pré-condicionar o sistema cardiorrespiratório e musculoesquelético para suportar da melhor forma o estresse de uma cirurgia é um cuidado de toda uma equipe que deve ser multiprofissional e multidisciplinar e não só do cirurgião”, alerta a médica anestesista. A especialista encerrou sua participação com os holofotes voltados para a anemia pré-operatória, utilizando o exemplo para trazer ao debate um dos fatores de risco mais comuns.