“Mulheres são mais suscetíveis às infecções genitais, complicações e sequelas”, Dra. Iara Moreno Linhares

O 3º Congresso de Medicina Geral da AMB teve em sua programação a mesa redonda de ginecologia, que foi marcada por temas cruciais para a medicina contemporânea. Os presentes assistiram aulas sobre as principais inovações e desafios e avanços da ginecologia e obstetrícia no Brasil, além de uma apresentação sobre a medicina regional e as políticas de saúde pública com foco nas particularidades do Centro-Oeste.
O encontro foi coordenado pelo Dr. César Eduardo Fernandes, Professor Titular de Ginecologia da Faculdade de Medicina do ABC (FMABC) e Presidente da AMB; Dr. Etelvino De Souza Trindade, Presidente da Academia de Medicina de Brasília e Vice-Pesidente da região Centro-Oeste da AMB; e Dra. Maria Celeste Osório Wender, Professora Titular de Ginecologia e Obstetrícia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e Presidente da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo).
Infecções genitais e sangramento uterino anormal
O painel foi aberto pela Dra. Iara Moreno Linhares, Professora Livre Docente do Departamento de Obstetrícia e Ginecologia da FMUSP, Chefe do Serviço de Imunologia, Genética e Infecções do Trato Reprodutivo da Divisão de Ginecologia do Hospital das Clínicas da FMUSP e Vice-Presidente da Sociedade Brasileira de Doenças Sexualmente Transmissíveis da Regional São Paulo. A médica abordou as infecções que afetam os órgãos reprodutivos, especialmente os femininos, destacando que “as mulheres são mais suscetíveis às infecções, com maiores complicações e sequelas.”
Um dos alertas mais importantes durante sua palestra foi sobre o fato de que “as infecções genitais, causadas por bactérias, vírus, protozoários, parasitas e candidíase, podem evoluir e afetar outros órgãos e sistemas, além de causarem neoplasias malignas.”
Entre os sintomas, Dra. Iara mencionou corrimentos, úlceras, sangramentos durante a relação sexual e intermenstruais, dor abdominal, durante a relação sexual e ao urinar, entre outros. No entanto, ela ressaltou que essas infecções “são assintomáticas na maioria dos casos, o que faz com que os pacientes não busquem ajuda. Contudo, elas podem gerar complicações posteriores e continuam a ser transmitidas.”
Dando continuidade, para falar especificamente sobre o sangramento uterino anormal, assumiu o palco, com um caso clínico de uma paciente de 38 anos, o Dr. José Maria Soares Junior. Ele é Professor Livre-Docente da Disciplina de Ginecologia, Chefe do Departamento de Obstetrícia e Ginecologia e Supervisor do Setor de Ginecologia na Infância e na Adolescência, Ginecologia Endócrina e Climatério do Hospital das Clínicas da FM-USP, Presidente da A Associação Brasileira de Obstetrícia e Ginecologia da Infância e Adolescência (SOGIA-BR) e Presidente da Comissão Nacional Especializada em Ginecologia Endócrina.
Planejamento familiar
Dra. Ilza Maria Urbano Monteiro, Livre Docente pela Ginecologia da Unicamp Presidente da Comissão Nacional de Anticoncepção da Febrasgo, fez sua colaboração ao trazer para o painel a importância do planejamento familiar que, não se trata de uma doença, mas em algum momento pode ter uma conexão com elas.
“O método contraceptivo não é o médico que escolhe, trata-se de uma tomada de decisão compartilhada (quando existem duas ou mais escolhas terapêuticas medicamente razoáveis), por isso a paciente precisa de acesso à informação adequada sobre os métodos contraceptivos disponíveis e riscos”, destacou a especialista durante sua exposição tipos de métodos e seus mecanismos de ação.