“O médico generalista é peça-chave no diagnóstico precoce das infecções”, afirmou Dr. Carlos Serrano, diretor de Relações Internacionais da AMB – AMB

“O médico generalista é peça-chave no diagnóstico precoce das infecções”, afirmou Dr. Carlos Serrano, diretor de Relações Internacionais da AMB

Durante a manhã do segundo dia do 3º Congresso de Medicina Generalista da Associação Médica Brasileira (AMB), o Dr. Carlos Vicente Serrano Júnior, diretor de Relações Internacionais da AMB, liderou a mesa de Infectologia e destacou o papel fundamental do médico generalista no diagnóstico precoce das doenças infecciosas por ser, geralmente, o primeiro profissional a atender o paciente. “Reconhecer os sinais iniciais, saber conduzir exames e identificar os casos que devem ser encaminhados com agilidade ao especialista pode ser determinante para o prognóstico”, afirmou.
A mesa discutiu os desafios atuais no combate às infecções, com ênfase no crescimento das arboviroses e na necessidade de capacitação dos profissionais da linha de frente. Entre os temas abordados, o avanço da febre Oropouche, a dengue e a importância da vacinação foram centrais.
O Dr. Alberto Chebabo, presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), enfatizou que a dengue tem apresentado formas mais graves em jovens e adultos, e que as mudanças climáticas contribuem diretamente para o aumento de casos. “É essencial que os médicos estejam atualizados quanto ao diagnóstico clínico, tratamento e também quanto à indicação da vacina, que tem um papel crucial na prevenção.”
Alertando sobre a disseminação da febre Oropouche, transmitida por mosquitos do gênero Culicoides, Dr. Ralcyon Teixeira, diretor da SBI, destacou que o combate ao vetor é ainda mais difícil do que no caso do Aedes aegypti. Afirmou que quanto mais precocemente a população for orientada e o médico generalista estiver preparado, maiores são as chances de conter surtos.
Por fim, a médica Roberta Schiavon Nogueira, coordenadora Clínica e Sub-investigadora da Casa da Pesquisa do CRT-DST/AIDS, destacou o papel do médico generalista no diagnóstico e cuidado das pessoas que vivem com HIV (PVHIV) e Aids, dizendo, inclusive que, ressaltando o aumento de casos e a importância do teste precoce, do tratamento e da prevenção combinada, como o uso de preservativos, PEP e PrEP.
A mesa-redonda reafirmou a importância do médico generalista como peça fundamental na linha de frente da saúde, especialmente diante dos desafios atuais em infectologia. Como ressaltou o Dr. Carlos, “diante da circulação de diversos vírus e quadros infecciosos simultâneos, o preparo do profissional da atenção primária é essencial para identificar precocemente, orientar corretamente e evitar agravamentos”.