“O trauma é a principal causa de morte e incapacidade no mundo”, destacou a Dra. Bárbara Estevam na mesa de Medicina de Emergência – AMB

“O trauma é a principal causa de morte e incapacidade no mundo”, destacou a Dra. Bárbara Estevam na mesa de Medicina de Emergência

A mesa-redonda de Medicina de Emergência reuniu especialistas para discutir temas cruciais no atendimento de urgência e trauma. A programação contou com três palestras que abordaram o papel do emergencista no atendimento inicial ao politraumatizado, os princípios de gestão na emergência para não gestores e as inovações no atendimento pré-hospitalar.

 O evento ofereceu uma visão abrangente e atualizada dos desafios e avanços do setor, com o objetivo de aprimorar a capacitação dos profissionais da área.
O painel foi coordenado pela Dra. Maria Camila Lunardi, assistente do Departamento de Emergência do Hospital das Clínicas da FMUSP, assistente da UTIDMED do HSP e docente de Medicina de Emergência da FASM. Ao seu lado esteve o Dr. Expedido Barbosa, membro da Comissão Nacional do Médico Jovem (CNMJ) da AMB.

Papel do emergencista no atendimento inicial ao politraumatizado

“O emergencista é o médico que atende a quem precisa de ajuda nos momentos mais difíceis. O trauma é a principal causa de morte e incapacidade no mundo e afeta, principalmente, homens jovens em áreas periféricas, gerando diversos impactos sociais e danos emocionais irreversíveis para suas famílias e comunidades”, afirmou a Dra. Bárbara Estevam, médica emergencista e preceptora da Gestão Assistencial Corporativa do Hospital das Clínicas da FMUSP.

A especialista ressaltou que o trabalho dela e de seus colegas da especialidade é um desafio multissistêmico, que pode resultar em morte ou incapacidade do paciente, exigindo uma abordagem holística e coordenada: “É como um relógio em que as engrenagens não estão funcionando adequadamente. É preciso saber qual engrenagem precisa de cuidado para que ele volte a funcionar corretamente.”

Ela também destacou a importância do protocolo “XABCDE”, que segue uma sequência de tratamento de emergência: controle de hemorragia (X), via aérea e estabilização cervical (A), respiração (B), circulação (C), avaliação de disfunções neurológicas (D) e exposição (E). “Não seguir essa ordem é como encher um balde furado, você não vai conseguir resolver o problema”, comparou.

Gestão na emergência para não gestores

O responsável por falar sobre os princípios da gestão na emergência para não gestores foi o Dr. Rodrigo Matheus Santos Alves, médico assistente do Time de Resposta Rápida do HC FMUSP e médico coordenador (Grupo Humanitar) do Pronto-Socorro Adulto do Hospital Santa Helena – Santo André da Amil.

“Muitas vezes, quando falamos em gestão, falamos sobre custos, e esse é o primeiro princípio que trago a vocês, garantindo que todas essas diretrizes focam na segurança dos pacientes e não em economia”, alertou o especialista ao iniciar sua apresentação. Ele destacou três pilares fundamentais para a qualidade e percepção de valor em um departamento de emergência: treinamento, eficiência e a combinação de trabalho em equipe e liderança.

Princípios e inovações no pré-hospitalar

Lucas Certain de Andrade, professor no curso de Medicina da Universidade São Francisco e médico Intervencionista do SAMU 192 das bases de Atibaia e Bragança (SP), destacou, como protagonista de sua aula, a valorização da importância da inovação e da tecnologia no atendimento pré-hospitalar. Exemplificou com alguns cases internacionais com soluções que ainda não são realidade no Brasil ou são vistas em poucos lugares.