Reumatologia discute o uso de corticoides e novas opções de tratamentos

A Reumatologia foi uma das especialidades na manhã do primeiro dia do 3º Congresso de Medicina Geral da Associação Médica Brasileira (AMB). Na mesa-redonda, Dra. Mariana Freitas da Comissão de Vasculites da Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR), explicou que é preciso reconhecer precocemente as doenças sistêmicas para prevenir danos, reduzir a mortalidade e garantir o acesso oportuno ao especialista. Essas doenças, como o lúpus, costumam apresentar sintomas constitucionais, inflamação sistêmica e, por vezes, aumento de marcadores inflamatórios. Também reforçou que tanto nos casos de vasculite como de lúpus, os corticoides não são os únicos medicamentos indicados, hávárias outras classes de medicamentos importantes. O tratamento deve ser individualizado dependendo da forma da doença, dos órgãos afetados e da gravidade.
Na mesma linha, Dr. Roberto Ezequiel Heymann, membro da Comissão de Dor da SBR, abordou a fibromialgia e comentou que, além de dor, esses pacientes se queixam de outros sintomas como: fadiga, distúrbios do sono, depressão, ansiedade, síndrome do intestino irritável (SII), problemas de memória e de concentração, dormência e formigamento nas mãos e nos pés, palpitações, redução na capacidade de se exercitar e cefaleia tensional ou enxaqueca. Por isso, o tratamento requer uma abordagem multidisciplinar, combinando medicação, exercícios físicos regularesesuporte psicológico.
No caso da osteoporose, Dr. André Silva Franco, médico assistente doutor do Serviço de Reumatologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP e membro da SBR, pontuou que cerca de 30% da população idosa sofre com a doença. Alertou que após a primeira fratura, o risco de morte aumenta em até 20% no primeiro ano. Entre os principais fatores de risco estão os históricos familiar e de fraturas, tabagismo, baixo peso, uso de corticoides, idade avançada, baixa ingestão de cálcio, alcoolismo e quedas.
Para Dr. Akira Ishida, professor titular do Departamento de Ortopedia e Traumatologia da UNIFESP, ao prescrever corticoides para os pacientes que possuem osteoporose, é crucial orientá-los sobre a ingestão adequada de cálcio, prática de atividade física e a manutenção de níveis de vitamina D acima de 30. “A prioridade é tratar a condição que exige o corticoide, mas a prevenção da osteoporose induzida por corticoides é fundamental”, afirmou.
A Dra. Nacife Costa Araújo, Secretária Geral da SBR, concluiu que atualmente há uma diminuição do uso de corticosteroides devido aos seus efeitos colaterais. Além disso, existem mais opções terapêuticas, como imunossupressores, que permitem um tratamento mais eficaz e com menos efeitos adversos. O importante é o diagnóstico e acompanhamento reumatológico para guiar o tratamento adequado.”