SBU e Ministério da Saúde assinam acordo em prol da saúde do homem - AMB

SBU e Ministério da Saúde assinam acordo em prol da saúde do homem

O foco é fortalecer ações com o público masculino na atenção primária em questões como câncer de próstata, prevenção às ISTs, queixas urinárias e outras questões de saúde 

A Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) e o Ministério da Saúde acabam de celebrar um acordo de cooperação técnica, assinado pelo ministro da saúde, Marcelo Queiroga, e o presidente da SBU, Dr. Antonio Carlos Pompeo, em prol da saúde do homem. O acordo visa fortalecer ações de saúde para o público masculino na Atenção Primária de Saúde (APS), permitindo estratégias de disseminação de informações e conhecimento, abreviando soluções de problemas passíveis de serem prevenidos, detectados e resolvidos.  

De acordo com o presidente da SBU, Dr. Antonio Carlos Pompeo, este acordo é um marco para a saúde do homem brasileiro. “Após inúmeras ações, reuniões virtuais e presenciais em Brasília, acabamos de assinar um acordo de cooperação técnica com o Ministério da Saúde. Antiga aspiração agora transformada em realidade favorece sobremaneira nossa atuação associativa relacionada a este tema relevante. A partir de então vamos expandir significativamente nossa atuação favorecendo a atenção primária à saúde sobre vários ângulos que incluem gerar conhecimentos sobre questões urológicas, campanhas que favorecem a comunidade (muitas já em desenvolvimento), além de contribuir com sugestões sobre Política de Saúde”, destaca Pompeo. 

Para o ministro da Saúde, Dr. Marcelo Queiroga, o acordo busca fortalecer as ações de promoção à saúde e prevenção a doenças urológicas dos homens na Atenção Primária à Saúde. “A saúde da população masculina ganha muito com esse acordo, pois estaremos juntos, Ministério da Saúde e SBU, desenvolvendo estratégias em comum para garantir que os homens brasileiros possam receber o melhor cuidado no SUS, considerando suas principais necessidades em saúde”, afirmou o ministro Queiroga. 

 
O foco do acordo é o desenvolvimento de estratégias para questões urológicas como câncer de pênis, testículo, próstata e bexiga, hiperplasia benigna da próstata, fimose, queixas urinárias, orientações sobre a disfunção erétil, vasectomia e orientações sobre Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs). 

Além disso, serão criados meios para identificar alterações em pacientes com epispádia e hipospádia, bem como orientações e cuidados para os homens que possuem sonda e fazem uso de fraldas geriátricas adultas. 

O atual Secretário-Geral da SBU, e também Presidente Eleito da Sociedade para a próxima gestão (2022/2023), Dr. Alfredo Canalini, explica que as ações serão realizadas de 2021 a 2023, em âmbito nacional de acordo com a realidade de cada região. “A possibilidade de desenvolver as ações durante um período 3 anos, com participação da atual e da próxima Diretoria da SBU, nos dará a oportunidade de termos melhores resultados, tanto no aspecto de disseminação de informações em prevenção de doenças e promoção de saúde, como na elaboração das estratégias para atender as demandas específicas de cada região de nosso país”. 

O Diretor do Departamento de Integração Associativa da SBU, Dr. Ricardo Vita também apontou a importância do acordo. “Este acordo entre a SBU e o MS é um passo inicial importante e fundamental para a construção futura de políticas públicas em prol da saúde do homem a nível nacional, porém respeitando as particularidades e necessidades regionais. É um marco para a urologia brasileira nas esferas de responsabilidade social e educação populacional”. 


Câncer de próstata 

Entre os principais cânceres que acomete o homem está o de próstata. Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca), são esperados 65.840 novos casos de câncer de próstata para este ano. A doença não costuma apresentar sintomas em fases iniciais, quando em 90% dos casos pode ser curado se diagnosticado precocemente. Ao apresentar sintomas significa já estar numa fase mais avançada e pode causar vontade de urinar com frequência e presença de sangue na urina ou no sêmen. 

A orientação sobre uso de preservativos e prevenção de ISTs também é necessária, uma vez que junto com condições inadequadas de higiene, esta é a principal causa do câncer de pênis, doença que segundo o Ministério da Saúde, acometeu entre 2019 e 2020 3.981 homens, levando 1.092 deles à amputação do membro. 

De acordo com os dados de uma pesquisa realizada em 2020 pela SBU com os adultos, 80% dos entrevistados afirmaram saber sobre as ISTs, porém não se consideravam em risco. Somente 11% afirmou ter consciência sobre as doenças e o real risco que correm caso mantenham relações sexuais desprotegidas. “Chamou-nos a atenção nessa pesquisa, o elevado número de pessoas que, mesmo já referindo conhecimento sobre as infecções sexualmente transmissíveis, ignora o risco do contágio, isso em todas as faixas etárias e camadas sociais. Acreditamos que essa parceria com o Ministério da Saúde será de extrema importância para difundirmos essas informações e trabalharmos na conscientização, já desde a adolescência, fase em que os hábitos ainda não estão tão arraigados”, avalia Dra. Karin Jaeger Anzolch, que coordenou a pesquisa. 

Além destes aspectos, a SBU tem promovido campanhas e ações educativas para o público masculino, como o Novembro Azul (câncer de próstata), o #VemproUro (saúde do adolescente) e o Dezembro Vermelho (DSTs). De acordo com o diretor de comunicação da SBU, Dr. Roni Fernandes, com o novo acordo mais homens poderão ter acesso aos cuidados com a saúde de forma plural. “A parceria com o Ministério da Saúde é fruto da luta da SBU em prol da saúde do homem na Atenção Básica”, diz. 

Os principais objetivos do acordo são: 

  1. Elaborar proposta de conteúdo técnico/científico sobre questões urológicas que impactam naAtenção Primária a SaúdeAPS  
  2. Apoiar gestores de estados, de municípios e do Distrito Federal na disseminação dos conteúdos técnicos/científicos produzidos; 
  3. Realizar visitas técnicas a serviços de referência de Saúde Integral do Homem para trocas de saberes;
  4. Realizar documento orientador de boas práticas na temática da Saúde Integral do Homem;
  5. Realizar eventos temáticos sobre a Saúde Integral do Homem conjuntamente: seminários, webpalestras, jornadas ou fóruns multidisciplinares.