Segundo dia da Reunião do Conselho Deliberativo da AMB destaca avanços da Pesquisa CONADEM e debates sobre carreira e liderança médica

O segundo dia da 2ª Reunião Anual do Conselho Deliberativo da AMB, realizado em Natal (RN), foi marcado pela apresentação dos avanços da Pesquisa CONADEM, conduzida pela Dra. Luciana Rodrigues Silva, 1ª vice-presidente da Associação Médica Brasileira. O estudo reúne um amplo diagnóstico sobre a carreira médica no país e sobre a participação feminina nos espaços de liderança das entidades médicas.

Logo na abertura, Dra. Luciana contextualizou o cenário atual da Medicina no Brasil, destacando a rápida expansão do número de médicos e o processo de renovação da força de trabalho. Até o fim de 2025, a projeção é de que o país alcance mais de 635 mil médicos em atividade. Segundo ela, compreender essas transformações é fundamental para planejar o futuro da profissão.

“Vivemos uma mudança histórica na medicina brasileira: somos mais médicos, mais jovens e cada vez mais mulheres. Essa transição exige que olhemos com atenção para as oportunidades e desafios da carreira, especialmente para garantir que a liderança médica reflita a diversidade da nossa profissão”, afirmou a Dra. Luciana.

Participação feminina em entidades e escolas médicas

A apresentação resgatou os principais resultados do Estudo 1, que analisou diretorias de 137 entidades médicas, somando 1.845 dirigentes em todas as regiões do país. Apesar da crescente presença feminina na força de trabalho, a ocupação de cargos de liderança ainda é desproporcional — um ponto que reforça a necessidade de ações estruturantes.

Outro recorte do estudo avaliou a coordenação de escolas médicas. Entre 449 instituições analisadas, foram identificados 405 coordenadores médicos, ainda com predominância masculina, especialmente nos cargos de direção e chefia.

Trajetórias da liderança feminina

O Estudo 2 apresentou uma síntese das entrevistas realizadas com 24 médicas de atuação destacada em gestão, ensino e entidades representativas. O conjunto de mais de 1.100 minutos de entrevistas permitiu mapear desafios comuns enfrentados por mulheres que ocupam posições de liderança, além de estratégias para fortalecimento e permanência nesses espaços.

Nova etapa: diagnóstico nacional da carreira médica

O terceiro estudo, atualmente em curso, ampliará o entendimento sobre a realidade profissional de médicas e médicos no Brasil. Com aplicação prevista para dezembro de 2025 e janeiro de 2026, a pesquisa utilizará um questionário padronizado e amostra representativa de 2.200 profissionais, abrangendo capitais e cidades do interior de todos os estados.

Sobre essa nova fase, a Dra. Luciana destacou: “Queremos construir o mais completo retrato da carreira médica no país, ouvindo médicos e médicas de diferentes regiões, idades e especialidades. Isso permitirá à AMB atuar com ainda mais precisão na defesa de condições de trabalho adequadas e na formação de lideranças qualificadas.”

Compromisso da AMB com equidade e fortalecimento da profissão

A apresentação reforçou o papel estratégico da AMB na produção de evidências que embasem a tomada de decisão e no estímulo a ambientes mais equitativos de participação.

Com base nos estudos apresentados, Dra. Luciana reiterou a importância de fomentar a presença feminina nos espaços de liderança e de fortalecer ações que garantam o desenvolvimento profissional contínuo.

Assessoria de Comunicação da AMB