Tratamentos em otorrinolaringologia: quando devemos usar ou não antibióticos nos tratamentos – AMB

Tratamentos em otorrinolaringologia: quando devemos usar ou não antibióticos nos tratamentos

Na Mesa Redonda de Otorrinolaringologia, o Dr. Saulo Oliveira tratou o tema “Faringo Amigdalites Agudas”. Nela, ele explicou que na infecção bacteriana é considerado o uso de antibiótico e alguns sintomas são quando o paciente apresenta febres e ausência de tosse, dentre outros. Segundo ele, o teste rápido pode ser usado para tomada de decisão do uso ou não do antibiótico, mas a definição é com o exame de cultura.

Entre as complicações das faringotonsilites são os abcessos, que podem trazer casos mais dramáticos já que eles podem se estender para outras áreas, gerando até tromboses e flebites em alguns casos. Ele ainda lembra que um diagnóstico bastante importante é a PFAPA (Febre Periódica, Estomatite Aftosa, Faringite e Adenite).

Já Dra. Renata Pilan, ao falar sobre “Atualidades no diagnóstico e tratamento das rinossinusites”, explicou que o diagnóstico clínico da rinossinusite é feito com as presenças de pelo menos dois sintomas dentre obstrução/congestão nasal, rinorreia anterior ou posterior, dor ou pressão facial, redução ou perda do olfato, sendo obrigatório um dos dois primeiros citados.

Ela explica que a rinosinusite é aguda se os sintomas são em menos de 12 semanas e já os considerados crônicos são os acima deste período. No caso de rinossinusite viral, a conduta inclui analgésico, descongestionante oral e lavagem nasal – sendo esta recomendada com uso de água filtrada e fervida, em temperatura ambiente ou morna.

Por outro lado, a rinossinusite bacteriana é quando há dupla piora ou quando os sintomas não melhoraram após quatorze dias. “Muito cuidado com antibióticos para não criar resistência”, ressalta. “Por fim, ela reforça como mensagens que o diagnóstico é clínico, tomografia só em suspeita de complicação”.

No caso de “Paralisia Facial Periférica”, o Dr. Edson Ibrahim Mitre explica que há poucas emergências em otorrinolaringologia e, no caso da paralisia facial periférica o tempo é a chave. Para se avaliar, há exames como Eletroneurografia, feita até quatorze dias, avalia o potencial elétrico de somação que é feito em superfície e se compara um lado com outro. Já a eletromiografia, feita após 14 dias, é feita com agulhas e chega até o músculo. A ressonância magnética é usada em casos infecciosos, como otite média aguda, herpes zoster, entre outros.

O tratamento nestes casos é iniciar com corticoide e encaminhar imediatamente ao otorrinolaringologista. “O colega neurologista que me perdoe, mas nestes casos é preciso que o paciente vá ao otorrino e não ao neuro e inicie o tratamento imediatamente para que seja conhecida a anatomia e fisiopatologia, se faça o diagnóstico etiológico para o tratamento baseado na etiologia e, assim, fazemos a descompressão periférica em casos não-cirúrgicos”, conclui.

A mesa redonda ainda contou com os coordenadores Dr. José Eduardo Lutaif Dolci e Dr. Andrey Oliveira Cruz.