A principal entrada do SARS-Cov-2 no organismo se dá pela mucosa do nariz, boca, vias aéreas superiores e, menos frequentemente, pela mucosa conjuntival. Na síndrome de angústia respiratória severa (SARS), causada pelo SARS-CoV-2, há envolvimento dos receptores da enzima conversora da angiotensina II (ECA2), que são abundantes nas células da mucosa epitelial respiratória (pneumócitos tipo II) e no tecido alveolar pulmonar(10,11,19–21). A expressão genética da ECA2 é maior no epitélio das grandes e pequenas vias aéreas de fumantes (atuais ou ex-fumantes), em comparação a quem nunca fumou(22,23).
Este aumento da expressão genética da ECA2 (upregulation) associado ao tabagismo sugere que fumar contribui para o aumento dos receptores virais sendo, portanto, um importante fator de risco para complicações e prognóstico reservado na infecção pelo SARS-CoV-2, o que não é observado em infectados não fumantes(11,24,25).
Em resumo, fumar é fator de risco para a progressão da COVID-19. Portanto, profissionais de saúde e médicos devem coletar dados sobre o tabagismo como parte da história e do controle clínico dos pacientes e incluir a cessação na lista de práticas para o controle da pandemia COVID-19(7).