O tabagismo é prejudicial ao sistema imunológico e sua capacidade de resposta a infecções, tornando os fumantes mais vulneráveis a doenças infecciosas(19) .
Metanálise recente sugere que o tabagismo ativo está significativamente associado ao risco de manifestação grave da COVID-19(26). Outros estudos têm avaliado a hipótese da exposição à nicotina aumentar o risco da entrada do SARS-CoV-2 nas células pulmonares(27) , já que esta tem reconhecida influência na homeostase do sistema renina-angiotensina (SRA), o qual regula positivamente a enzima conversora de angiotensina (ECA) e diminui a regulação do ECA2 compensatório, o que contribui, por sua vez, para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares e pulmonares(28).
As diferentes células das vias aéreas, como células epiteliais brônquicas, pneumócitos tipo II e fibroblastos intersticiais, expressam receptores nicotínicos de acetilcolina (nAChR), especificamente o subtipo α7 (29) e componentes do SRA. A nicotina, além disso, aumenta a expressão e/ou a atividade da ECA no pulmão, aumento observado também no sangue de fumantes (28)(28). Desta forma, os estudos sugerem que a nicotina possa promover mecanismos de captação celular da SARS CoV-2, através da sinalização de α7-nAChR(29).