O endotélio vascular, quando saudável, tem um papel muito importante na regulação da integridade e do metabolismo da parede vascular, sendo responsável pela função vasodilatadora, anticoagulante e anti-inflamatória, que são fundamentais para a manutenção da homeostasia(33). Os danos causados pelo tabagismo ao endotélio vascular são complexos e variados e, entre eles, citamos o estresse oxidativo, a inflamação e as alterações na coagulação(34).
O estresse oxidativo reduz a biodisponibilidade do óxido nítrico (NO), uma molécula protetora dos vasos sanguíneos, causando danos ao endotélio do fumante, o que o torna permeável para liberar toxinas aos tecidos do corpo(33,35). O fumante apresenta níveis séricos elevados de citocinas pró-inflamatórias(36) , entre elas algumas interleucinas (IL-1b, IL-6) e de fatores de necrose tumoral alfa(37), que promovem um processo inflamatório no endotélio vascular. O aumento do estresse oxidativo e das citocinas circulantes causa inflamação dos vasos sanguíneos e disfunção endotelial(37).
A Proteína C Reativa (PCR), um reagente inflamatório de fase aguda, é capaz de aumentar a expressão do fator tecidual nos monócitos(38,39), um precipitador da coagulação in vivo, ou seja, da trombose, enquanto o Dímero-D se constitui de vestígios de proteínas liberadas durante a coagulação(40). Estes dois marcadores estão aumentados nos fumantes, prejudicando a função fisiológica de anticoagulação do endotélio e predispondo-os a eventos trombóticos e tromboembólicos (6,8).