Se no Brasil decisões políticas equivocadas expõem o cidadão aos riscos de ser atendido por quem não comprovou capacidade técnica para exercer medicina no Brasil, nos Estados Unidos, o movimento vai na direção oposta.
Nem mesmo um médico renomado, convocado pela família de um paciente, pode realizar avaliações clínicas, mesmo que pontuais. Foi o caso do médico de confiança da família do apresentador Augusto Liberato, que faleceu nos Estados Unidos no final de novembro.
O neurocirurgião Guilherme Lepski relatou ao programa Aqui na Band e ao Jornal Metro que examinou o apresentador sem utilizar suas próprias mãos por uma questão ética. Leia:
“Em todos os países, com exceção do Brasil, exigem uma certificação enorme, provas, testes, para que o profissional de medicina possa atuar diretamente. Óbvio que era uma situação pontual. Eu tinha que fazer uma análise técnica a pedido da família, então as manobras que eu precisasse que fossem feitas, pedia para os funcionários do hospital. Uma pessoa expôs os olhos dele para mim para que eu pudesse ver os reflexos pupilares, que é uma questão muito importante. Não pude tocá-lo em nenhum momento”, relatou.
Recentemente, os Estados Unidos aumentaram as exigências para a revalidação de diplomas de médicos estrangeiros. A partir de 2023, só poderão fazer a prova na Comissão Educacional para Médicos Graduados no Exterior, realizar estágios ou trabalhar nos serviços de saúde americanos profissionais graduados em escolas credenciadas na Federação Mundial para Educação Médica.
A AMB continua trabalhando para reverter o movimento de flexibilização irresponsável das regras para revalidação de diplomas no Brasil e garantir a segurança do atendimento médico à população.